Racismo e sexismo persistem no mercado de trabalho de Salvador

Segundo o estudo, o rendimento médio da mulher negra foi de R$ 1.705, equivalente a 53,6% do salário de um homem não negro

O mercado de trabalho de Salvador e Região Metropolitana está menos excludente, pois aumentou o número de negros entre os ocupados. Mas o racismo e o sexismo permanecem e se refletem na diferença de salários pagos para uma mulher negra e um homem não negro.

A conclusão é da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), que apresentou ontem um recorte por gênero e etnia dos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Região Metropolitana de Salvador referentes a 2014.

De acordo com o estudo, o rendimento médio da mulher negra foi de R$ 1.705, o equivalente a 53,6% do salário de um homem não negro, que teve a maior média mensal, de R$ 2.223.

22 mil negros entraram no mercado de trabalho no ano passado

“Ainda temos um mercado de trabalho racista e sexista, por isso o grupo composto por mulheres negras é o mais penalizado, com rendimentos mais baixos, postos de trabalho precários e instáveis”, comentou o analista de pesquisas sociais da PED-RMS, Luiz Chateaubriand.

Apesar da diferença registrada entre os salários, a pesquisa indica um aumento de 4,8% no rendimento médio real mensal das mulheres negras em relação a 2013. Já o crescimento apontado para os homens negros foi de apenas 0,5%.

Os resultados da população não negra também foram positivos, com um aumento de 8,6% para as mulheres e de 4,2% para os homens. Ainda de acordo com o estudo, em 2014 os negros representavam 92,4% da População Economicamente Ativa (PEA) da RMS, o que significou um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior.

Os indicadores são resultados do acréscimo de 22 mil negros ao mercado de trabalho.“O aumento do número de pessoas negras trabalhando motivou o crescimento da ocupação e a redução do desemprego registrados em 2014”, explicou Chateaubriand.

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