Autor SANDRO PRADO SANTOS –
Co-autor Cláudia Regina M. G. Fernandes –
UBERLANDIA – MG –
ESC DE EDUCACAO BASICA –
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Biologia | Diversidade da vida |
Educação de Jovens e Adultos – 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Cultura e diversidade cultural |
Ensino Fundamental Final | Pluralidade Cultural | Direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade |
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Racismo e ensino Ciências no contexto escolar: implicações nas relações sociais. Essas aulas possuem um caráter de ações educativas de combate ao racismo e a discriminação. Dessa forma, o professor enquanto mediador poderá contribuir para que os alunos desconstruam estereótipos de inferioridade étnico-racial, valorizando a diversidade existente em nossa sociedade e principalmente no cotidiano escolar.
Duração das atividades
3 aulas (50 minutos cada)
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
É importante que os alunos conheçam a história do conceito biológico de raças humanas.
Estratégias e recursos da aula
Professor essa aula possui um caráter interdisciplinar devido a abrangência e a complexidade da temática tratada, portanto sugerimos o diálogo com as seguintes áreas de saber (Biologia, Sociologia, História, Artes, dentre outras).
Reflexões teóricas
Sabemos que a escola não pode ser pensada como um lugar separado da sociedade. Entretanto, ela é uma instituição social como outras, e, nesse sentido, é orientada pelas ideologias e formas de relacionamento entre indivíduos e grupos que vivem no seu entorno. Partimos do pressuposto que o Brasil é um país onde existe preconceito ou discriminação de “raça” e de cor e no qual as diferenças não absorvidas de forma cordial e harmoniosa.
Nesse contexto, refletimos que seria impossível, que a escola, enquanto instituição inserida em tal sociedade ficasse marginalizada ou privada de marcas do racismo.
Dicas para o professor:
É fundamental que o professor conheça os mecanismos de negação da diversidade étnico-racial no espaço escolar e que tenha interesse nos diálogos contra o racismo como uma forma de impulsionar e consolidar a igualdade racial em nossa sociedade e no cotidiano escolar. Dessa forma, recomendamos a visita no site: <www.dialogoscontraoracismo.org.br >,para obtenção de mais informações.
Na tentativa de trabalhar as relações étnicos-raciais em Ciências e comprometidos com uma prática de ensino antirracista, vamos propor algumas atividades que podem ser elencadas pelo professor.
ATIVIDADE 1: Apresentação do curta-metragem intitulado Vista minha pele.
O professor terá acesso ao filme por meio do link: <http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&VideoID=46707362>.
Para a apresentação do filme o professor poderá utilizar a sala de informática, caso a escola não disponha de tal espaço basta gravá-lo em DVD e passá-lo na sala de vídeo.
Ficha técnica do filme:
Caráter: vídeo ficcional-educativo
Vídeo curta-metragem
Duração: 15 minutos
Roteiro: Joel Zito Araújo & Dandara
Direção: Joel Zito Araújo
Produção Executiva: Lilian Solá Santiago Direção de Produção: Daniel Solá Santiago Produção: Casa de Criação
Patrocínio: CEERT Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades,
Sinopse do filme:
VISTA A MINHA PELE é uma divertida paródia da realidade brasileira, para servir de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados.
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igura 1: Cenas do filme. Disponível em: http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&VideoID=46707362
Vista minha pele
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Mauricio | Vídeo do MySpace
Os países pobres são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade. Maria quer ser Miss Festa Junina da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a predominância da supremacia racial negra (a mídia só apresenta modelos negros como sinônimos de beleza), a resistência de seus pais, a aversão dos colegas e a dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobre. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar se us objetivos. Vencer o u não o Concurso não é o princ ipal foco do vídeo, mas sim a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais possibilidades ela tinha de convencer outros de sua chance de vencer.
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Figura 2: Cenas do filme. Disponível em: http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&VideoID=46707362
Vista minha pele
Mauricio | Vídeo do MySpace
ATIVIDADE 2: Problematização: o que não pode faltar…
Após assistirem ao filme o professor deverá solicitar que os alunos façam grupos de até 5 componentes para a discussão dos seguintes pontos:
- Refletir sobre o que significa ser branco/a no Brasil?
- Qual a concepção que possuem do conceito de raça?
- Quais as cenas que mais sentiram incomodados? E por quê?
- Quais as evidências de desigualdades relativas às diferenças étnico-raciais que já presenciaram no cotidiano escolar?
• Apontem algumas estratégias de combate a atitudes preconceituosas e discriminatórias no espaço escolar.
Posteriormente o professor deverá eleger um membro de cada grupo para fazer a socialização dos aspectos consensuais e/ou não consensuais das discussões.
ATIVIDADE 3: Fechamento
A partir da exposição dos grupos o professor de Ciências destacará alguns apontamentos:
• O uso do conceito de raças, cunhado no contexto das ciências naturais como base biológica para fins de dominação e alienação. Para tanto, é importante que os alunos conheçam a história do conceito biológico de raças humanas.
- Enfatizar que o conceito de raça trata-se de uma construção social.
- Destacar a necessidade de superação da neutralidade política das ciências naturais.
• Fazer análises críticas sobre a importância histórica das teorias científicas tais como: evolução darwinista e da hereditariedade mendelina, na formação de concepções sobre normalidade e anormalidade, aptidão ou inaptidão social etc.
- Análise crítica em conhecimentos de genética, evolução, sociologia e antropologia.
Sites de consulta para ajudar o professor na fomentação das discussões:
- GODOY, Norton. Seja racista se for capaz. Revista Isto É. São Paulo, n.1520 nov./1998, p. 127-134. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoeonline/>.
- Pé na taba. Revista Isto É. São Paulo, n. 1592 nov./2000, p. 86-87. Disponível em: <http://terra.com.br/istoe/1592/ciencia/1592pe.htm>.
- ATRÄS do pano: “higiene racial” no paraíso social-democrata. Revista Isto É. São Paulo, n. 1592 nov./2000, p. 109. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoe/1592/internacional/1592atras.htm>.
Para finalização……
É interessante que o professor traga, para as discussões, as grandes conquistas do Movimento Social Negro frutos de inúmeras reivindicações sociais. Como por exemplo:
• A História e cultura negra e indígena tornaram-se conteúdo obrigatório nas escolas, por meio da Lei 10.639/2003, que sofreu uma alteração com a promulgação da Lei 11.645/2008, que inclui a história e a cultura indígenas.
- A declaração da III Conf erência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia e formas correlatas de discriminação em: <http://www.comitepaz.org.br/durban_1.htm>.
- Dicas para o professor:
Como mencionado anterioremnte, as sugestões aqui apresentadas abrem a possibilidade de trabalhos coletivos e interdisciplinares, envolvendo os campos de saberes como a História, Arte, L iteratura, Geografia, Educação Física.
Ressaltamos que é necessário a educação escolar considerar a diversidade, tendo como valor máximo o respeito às diferenças, não o elogio à desigualdade. As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa, podem e devem, portanto, ser fator de formação da cidadania.
SITES PARA SEREM VISITADOS PELO PROFESSOR E PELO ALUNO:
Diálogos contra o racismo – www.dialogoscontraoracismo.org.br
http://www.comitepaz.org.br/durban_1.htm
Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial – SEPPIRhttp://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seppir/
A Cor da cultura – www.acordacultura.org.br
Recursos Complementares
Dica de Leitura.
- VERRANGIA, Douglas. Combate ao racismo no ensino de Ciências. Presença Pedagógica. v.15, n.89, set/out, 2009, p.30-34. Disponível em: <http://www.presencapedagogica.com.br/capa5/index.php>.
- A declaração da III Conf erência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia e formas correlatas de discriminação em: <http://www.comitepaz.org.br/durban_1.htm>.
Avaliação
A avaliação dos alunos pode ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerada a contribuição individual nas discussões e demais atividades em grupo, assim como, o envolvimento dos alunos nas atividades solicitadas. O professor observará a aprendizagem dos estudantes, analisando seus questionamentos e intervenções, procurando, através do diálogo, perceber se houve apropriação dos conteúdos propostos e uma mudança de postura frente aos problemas levantados, no que se refere ao racismo e a discriminação.