Rede europeia contra racismo alerta para aumento de ataques da extrema-direita em Portugal

© Miguel A. Lopes/Lusa

A Rede Europeia Contra o Racismo alertou esta quinta-feira para o que classifica como um “aumento muito preocupante de ataques racistas da extrema-direita em Portugal” nos últimos meses e reclama uma “resposta urgente das autoridades portuguesas”.

Numa declaração conjunta divulgada em Bruxelas, subscrita por dezenas de organizações da sociedade civil e eurodeputados, a rede – ENAR, na sua sigla em inglês – manifesta a sua “firme solidariedade” com os “colegas ativistas” portugueses “que trabalham incansavelmente para promover a justiça e desafiar o racismo” e que, sustenta, “não estão seguros” atualmente, à luz das recentes ameaças de morte recebidas.

Dando conta de vários episódios de racismo no país no corrente ano, a Rede Europeia Contra o Racismo aponta que, “desde 2019, quando o partido português de extrema-direita conquistou pela primeira vez lugares no parlamento, os ativistas de extrema-direita têm sido encorajados a cometer crimes de motivação racial contra pessoas de cor em Portugal”, tendo vários defensores dos direitos humanos e famílias sido “pessoalmente visados e ameaçados, e enfrentado discursos de ódio, ameaças de morte, e assédio judicial”.

“A brutalidade, o volume e a frequência dos ataques estão a aumentar e a deixar os ativistas inseguros, especialmente num contexto em que não se sentem protegidos pelas autoridades”, sustenta a plataforma, que apela por isso “urgentemente a uma resposta institucional por parte das autoridades portuguesas”.

“Devem conduzir investigações policiais sólidas e eficazes e responsabilizar todos aqueles que incitam ao ódio e promovem a violência contra os defensores de direitos humanos através de um processo legal completo”, lê-se na declaração.

Segundo a ENAR, “a ausência de uma resposta institucional apenas reafirma o sentimento histórico de impunidade dos perpetradores de violência racista e nega o estado de urgência para enfrentar o racismo em Portugal”.

A rede exorta também as instituições europeias a tomarem “medidas eficazes para assegurar que os defensores de direitos humanos são protegidos na Europa” e, dirigindo-se em particular à presidência alemã do Conselho da UE, pede que seja denunciado o aumento da violência racista e de ameaças contra ativistas na Europa e que seja colocada na agenda europeia “a ameaça da extrema-direita”.

A declaração é assinada por 72 organizações da sociedade civil de diversos Estados-membros e por 16 deputados ao Parlamento Europeu, incluindo os dois do Bloco de Esquerda, Marisa Matias e José Gusmão.

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