Rejeitado por heterossexuais ‘por ser negro demais’, menino é adotado por casal gay

O jornalista Gilberto Scofield Jr e seu companheiro, Rodrigo Barbosa, adotaram há quatro meses um menino de quatro anos. Em carta publicada no blog Ser mãe é padecer na internet, do portal Estadão, Scofield falou sobre o processo de adoção e os desafios da paternidade.

Do Brasilpost

Filho de pais alcoólatras, o menino PH vivia em um abrigo na cidade de Capelinha (MG) desde que sua mãe morreu e o pai não quis ficar com ele. Segundo Scofield, antes de ser adotado, ele foi rejeitado por outros três casais heterossexuais, que alegaram que PH era “feio” ou “negro demais“.

De quebra, Scofield mandou um recado para o presidente da Câmara dos Deputados e defensor do Estatuto da Família, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):

“Não, deputado Eduardo Cunha. A paternidade virtuosa não é um monopólio da heterossexualidade. E caso a sua religião não pregue a tolerância, preste atenção num fato muito simples: toda a criança adotada por um casal de gays ou de lésbicas foi abandonada/espancada/negligenciada por um casal heterossexual, esse mesmo que o senhor julga serem os únicos capazes de criar filhos ‘normais’.”

Segundo dados de 2013 do CNA (Cadastro Nacional de Adoção), existem hoje 5.400 crianças e jovens para adoção no Brasil – 80% delas têm idade acima de nove anos. Apesar da resistência à crianças negras ter caído nos últimos anos, 29% dos interessados em adotar só aceitam crianças brancas. Outros 42,5% são indiferentes.

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