Representantes de 49 blocos de carnaval em SP criam comissão feminina contra assédio

Imagem retirada do site

Serão 859 blocos em todas as regiões da cidade em 2020; comissão feminina quer mais segurança e ações efetivas que combatam o assédio.

Por Luiza Vaz, do G1

Mulheres criam comissão para lutar por direitos no carnaval de rua (Imagem: Imagem retirada do site G1)

Mulheres representantes de 49 blocos de carnaval de São Paulo criaram uma comissão e desde agosto têm feito reuniões para discutir medidas para combater o assédio. Em 2020, 865 blocos de rua vão desfilar em todas as regiões da cidade.

A comissão feminina do carnaval de rua discute medidas em quatro temas principais: mais segurança, ações que combatam o assédio, que melhorem a comunicação e que reduzam danos. O que é debatido é levado para o poder público e para as comissões de organização do carnaval para que se tornem ações.

A lista de demandas é grande. As mulheres querem intensificar as campanhas contra o assédio, distribuição de camisinhas femininas, mais banheiros, transporte público 24 horas, mais médicos e mais policiais.

“Acontece de tudo. A gente está se divertindo sem nem olhar para o lado e perceber alguém olhando para a gente e de repente tem uma mão, alguém puxando, não aceita um não. Não aceitam que as meninas estão lá só para se divertir e que não querem outra coisa que não seja se divertir”, diz Lívia Nolla, do Bloco Elástico.

Comissão feminina se organiza contra assédio no carnaval dos blocos de rua em SP  (Foto: TV Globo/Reprodução)

Juliana Matheus, do bloco Filhas da Lua, diz que a comissão feminina é um desejo antigo.

“Tem muitas mulheres que fazem o carnaval de rua já há muito tempo com esse desejo de ter esse diálogo um pouco mais aberto das secretarias que cuidam do carnaval da cidade. Eu acho que tem um olhar que é importante nesse momento que é a construção do carnaval de rua e ele não é só feito por uma parte da sociedade.”

Lívia conta que o assédio tem sido menor no bloco em que puxa como cantora.

“O que eu escutei de muitas mulheres no meu bloco foi: ‘Nossa, que coisa, não teve nenhum caso de assédio, nenhuma violência’. Isso não deveria ser estranho. É assim que tem que ser. Mas o que ficou natural do carnaval é a gente ter questões de assédio, de violência, de desrespeito. É só isso que a gente quer, a gente quer respeito para essas mulheres e a gente quer que as mulheres sejam importantes para esse carnaval.”

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