“Representatividade é fundamental”, diz Leci Brandão

A deputada estadual reeleita por SP Leci Brandão. Crédito: Raoni Diniz Lemos/RAOOS Irie - Link para a matéria: https://azmina.com.br/reportagens/mulheres-negras-usam-estrategias-de-quilombo-na-politica/ -

“Sempre fui ativista”. É assim que a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) vê sua trajetória política. “A nossa caminhada artística sempre foi marcada pelas lutas. Sempre falei de situações de injustiça, de preconceito”, afirmou ao blog.

Por Giorgia Cavicchioli, do Yahoo

A deputada estadual reeleita por SP Leci Brandão. Crédito: Raoni Diniz Lemos/RAOOS Irie 

Sendo assim, a carreira política da cantora e compositora não poderia estar voltada para outra coisa se não para a melhoria de vida das pessoas que mais sofrem preconceito em nossa sociedade.

Ela afirma que já presenciou e foi vítima de situações de preconceito dentro da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Sendo a segunda mulher negra a ocupar um cargo no local, ela diz que, mesmo com os casos de racismo e machismo, ela não se esqueceu de seu objetivo dentro da Casa.

Segundo ela, existem questões que são necessárias e urgentes para a sociedade que precisam ser levadas em consideração dentro da Alesp, mas que, sem a presença de mulheres, fica mais difícil de elas serem discutidas.

“Representatividade é fundamental. De mulheres negras, principalmente. Embora a gente seja mais da metade da população, a gente não tem espaço”, afirmou a deputada dizendo que incentiva todas as mulheres que querem entrar na política.

“[A política] precisa que mulheres possam mostrar que elas têm capacidade de lutar para que a gente possa ter leis mais legítimas, que possam mostrar o respeito pela mulher em todos os ângulos”, diz Leci.

De acordo com a deputada, casos de machismo e racismo dentro da Alesp são questões pontuais. Mas Leci diz que ela se recusou a mudar sua atitude ou sua personalidade para ser enquadrada dentro do processo político.

“Continuei sendo a mesma Leci, com as mesmas lutas e tendo uma coisa que é respeitar o outro para ser respeitada. Eu tenho uma caminhada de reciprocidade respeitosa”, explicou ao blog.

Ela, no entanto, diz que é alvo de algumas brincadeiras inconvenientes pelo fato de ela ter um histórico com o samba. Ela diz que, algumas vezes, deputados perguntam se ela vai cantar.

Porém, Leci afirma que, quando é questionada sobre isso, apenas responde: “Eu tenho que tocar samba no palco. Aqui eu tenho que mostrar projetos de lei”.

Durante duas semanas, o blog irá falar sobre as situações enfrentadas diariamente por mulheres que estão dentro da política. A série de matérias especiais começou no último dia 5 e será finalizada no dia 16.

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