Risco de mutilação genital feminina mais que dobrou nos EUA nos últimos 15 anos, diz ONG

Na Mauritânia, grupo de mulheres declara oposição à prática e exige que comunidades ao redor do país abandonem método

No Dia Internacional contra a prática, OMS revela que mais de 125 milhões de mulheres sofreram mutilação genital ao redor do mundo

no Opera Mundi

O número de mulheres e meninas nos Estados Unidos em risco de mutilação genital mais do que duplicou desde 2000, chegando a meio milhão, revelaram pesquisadores demográficos do programa de gênero da ONG Population Reference Bureau, nesta sexta-feira (06/02).

Divulgado especialmente nesta data, considerada Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina pela ONU, o relatório argumenta que a principal causa do rápido crescimento foi a duplicação da imigração para os Estados Unidos, entre 2000 e 2013, de países africanos onde a tradição prevalece.

Nesta sexta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou também dados que apontam que mais de 125 milhões de meninas e mulheres entre 15 e 49 anos foram submetidas a alguma forma de mutilação genital e, a cada ano, três milhões mais estão em risco de sofrer uma intervenção similar.

A mutilação envolve a remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos e é considerada um ritual pré-casamento necessário para meninas em muitos países, mas pode causar danos físicos e psicológicos duradouros e até mesmo a morte.

Vídeo em inglês da ONU explica malefícios e violações da prática da mutilação no planeta:

 De acordo com a agência das Nações Unidas, a prática é comum particularmente na África oriental e ocidental, mas também está presente em partes da Ásia e em determinadas regiões do Golfo Pérsico, embora admita que se trata de uma violação dos direitos humanos.

Conforme dados da Population Reference Bureau, 55% das 506.795 mulheres e meninas que estiveram em risco de sofrer a mutilação nos Estados Unidos em 2013 nasceram no Egito, na Etiópia, na Somália ou são nascidas de pais provenientes dessas nações.

Um especialista do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS, Lale Say, explica que as correntes migratórias provocam um aumento da prevalência da mutilação genital feminina na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Canadá.

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