A rua é a voz

(Foto: Reprodução/ Twitter)

por  Lelê Teles via Guest Post para o Portal Geledés

 

Reprodução/ Twitter

 

ensinaram-lhe, desde pequeno, a ter vergonha de si mesmo.

a escola, o cinema, a publicidade, os jornais e, até a igreja, mostravam desprezo pela sua aparência.

diziam que eram ruins o seu cabelo e o seu cheiro.

que eram feios os seus lábios, o seu nariz, o tom da sua pele…

ele pensava nisso enquanto ajeitava o black power frente ao espelho.

nos fones, ouvia o boogie naipe, do Brown.

admirou seu corpo musculoso e, em seguida, vestiu sua camisa preta preferida.

nela estava escrito, em letras enormes, 100% NEGRO.

sorriu, piscou, mandou um beijo para si mesmo e foi pra rua.

enegrecer o mundo.

palavras sapienciais.

 

** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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