Saiba o que é SUA, condição que afeta uma em cada três mulheres e pode ser sintoma de problemas no útero ou nos ovários

Enviado por / FonteExtra, por Evelin Azevedo

Dúvidas sobre sangramentos vaginais são bastante comuns entre as mulheres, tanto que a pesquisa no Google para saber “quando a menstruação é normal” cresceu 58% de janeiro a outubro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), o Sangramento Uterino Anormal (SUA) é uma condição que atinge uma a cada três mulheres (33%) em algum momento da vida.

Pode ser considerado anormal qualquer sangramento que fuja do padrão daquela mulher. Em média, são usados de três a cinco absorventes diariamente no ciclo menstrual, que normalmente dura por volta de cinco dias. Quando houver sangramentos além destes limites, consulte um ginecologista.

É normal que mulheres que estejam beirando os 50 anos tenham ciclos menstruais irregulares por estarem se aproximando da menopausa. Mas sangramentos naquelas que já entraram nesta fase são sinais de que há algo de errado. O SUA tem várias formas de ser diagnosticado, como explica o ginecologista Cássio Sartório, do Vida-Centro de Fertilidade:

— A anamnese (aquela conversa que o médico tem com a paciente no início da consulta para saber todo o seu histórico e o que ela está sentindo) dá as dicas do que pode ser a causa. O passo seguinte é o exame físico e ginecológico. E, por fim, os exames complementares, que servem para confirmar o diagnóstico presumido ou para excluir possibilidades e definir o diagnóstico correto.

O tratamento varia de acordo com o fator que desencadeia o sangramento. Em caso do pólipo ou mioma submucoso, por exemplo, é necessário fazer uma cirurgia por meio de videohisteroscopia. Uma biópsia do endométrio também pode identificar alguma disfunção. No caso da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), o tratamento pode iniciar com a perda de peso. Quando há uma disfunção hormonal, ela é tratada com a inclusão ou o bloqueio de determinados hormônios.

— O não tratamento pode causar consequências para a saúde da mulher. Dependendo do tipo de sangramento, pode resultar em uma anemia importante, além de causar muita perda também no aspecto social e profissional, porque a mulher não conseguirá fazer suas atividades normalmente. Há ainda o desconforto sexual, e a mulher fica com receio de manter relações — afirma Arnaldo Schizzi Cambiaghi, ginecologista e responsável técnico pelo Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO).

Atenção aos sinais

Alterações anatômicas: as alterações anatômicas do corpo mais comuns e que causam sangramentos anormais são miomas submucosos, pólipos endometriais e hiperplasia (aumento do tecido do órgão) do endométrio.

Disfunções hormonais: as disfunções hormonais mais comuns são a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e problemas na tireoide.

Adenomiose e endometriose: são outras duas condições que podem causar sangramentos anormais.

 

+ sobre o tema

Baixa cobertura vacinal contra HPV favorece casos de câncer

Sete em cada dez casos de câncer de colo...

Alcance e capacitação profissional são desafios do SUS para tratamento de autismo

Na sala de estimulação sensorial, equipada com piscina de...

Saúde e iniqüidades raciais no Brasil: o caso da população negra

Por: Isabel C.F. da Cruz* O Núcleo de Estudos sobre Saúde...

Mortalidade materna cai 43% no Brasil entre 1990 e 2013, diz OMS

O Brasil registrou uma queda de 43% na proporção...

para lembrar

São Paulo publica estudo sobre mobilidade das mulheres na cidade

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) acaba de...

Demência atinge 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens

A demência atinge na Europa cerca de 6,6 milhões...

Como a maternidade regula a vida sexual e afetiva das mulheres

Que a maternidade é uma ferramenta de opressão violenta...

Dados são aliados na formulação de políticas públicas para as mulheres

Orientar novas narrativas e futuros, a partir das mulheres,...
spot_imgspot_img

‘Não tenho história triste, mas ser mulher negra me define muito’, diz executiva do setor de mineração, sobre os desafios para inclusão na indústria

Diretora de relações governamentais e responsabilidade social da Kinross Brasil Mineração, Ana Cunha afirma que a contratação de mulheres no setor, onde os homens...

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Uma mulher negra pode desistir?

Quando recebi o convite para escrever esta coluna em alusão ao Dia Internacional da Mulher, me veio à mente a série de reportagens "Eu Desisto",...
-+=