Seios achatados: uma tortura para que as meninas não virem mulheres

É uma prática tradicional e pouco investigada, feita em adolescentes da África Ocidental para evitar a atenção masculina

Por Lola Hierro, Do EL País

Foto de uma menina achatando os seios com uma fita
(Foto: Imagem retirada do site EL País)

“Naquela época eu estava no colégio. Uma manhã, minha mãe me acordou e pediu que eu fosse ao quarto dela. Disse-me que, agora que meus peitos tinham começado a crescer, havia uma prática para evitar que fossem enormes. Não sabia o que me esperava.” Este é o testemunho de Bettina Codjie, de 25 anos, natural de Lomé, a capital do Togo. Ela estuda de manhã e trabalha à tarde como encarregada de redes sociais numa empresa de comunicação digital. Também foi uma das meninas que tiveram os seios achatados no início da puberdade.

Múltiplas são as violências que sofrem as mulheres ao longo de sua vida: violações, mutilação genital, matrimônios precoces, exploração sexual e assassinatos talvez sejam as mais midiáticas, as mais denunciadas. Mas não as únicas. Um dos maus tratos invisíveis é o achatamento dos seios. Segundo a definição das Nações Unidas, é “a prática dolorosa de massagear ou golpear o peito das meninas com objetos quentes para suprimir ou reverter o crescimento destes”. Em inglês, é conhecida como breast ironing (passar o seio a ferro). Em alguns lugares se opta por bandagens compressivas.

É praticado principalmente em Camarões, mas também em outros países africanos… e até à Europa chegou. No começo de 2019, o jornal britânico The Guardian descobriu vários casos no Reino Unido e alertou que cerca de mil meninas migrantes e da diáspora se encontravam em risco, o que obrigou o Governo a emitir um comunicado recordando que isso é considerado uma violência contra os menores, punida pela lei.

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