Sítio São Francisco é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco

Fonte: Mercado & Eventos –

O sítio arqueológico situado no bairro São Francisco, na região central de São Sebastião (SP), foi reconhecido como patrimônio mundial da diáspora africana pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A informação partiu de Philippe Pichot coordenador do programa “Rota das Abolições”, projeto francês que integra cinco municípios detentores de sítios de memória africana na França. Acompanhado por Clayton Galdino, técnico do departamento de Patrimônio Histórico, e por Solange Barbosa, coordenadora do projeto Rota da Liberdade, Pichot visitou o sítio arqueológico no domingo 8.

 

Este roteiro, conforme explicações de Galdino, oferece visitas e eventos integrados entre as comunidades e patrimônios identificados como testemunhos da trajetória africana no território francês.Dentro das comemorações do Ano do Brasil na França, a visita do coordenador do programa “Rota das Abolições” ao Brasil promove o primeiro encontro do roteiro francês “Rotas das Abolições” com o paulista “Rota da Liberdade”, do qual o Sítio Arqueológico São Francisco faz parte.

 

Este projeto, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura em parceria com a Unesco, tem por objetivo promover o fortalecimento da cultura africana no Estado, através de ações de desenvolvimento social e econômico, fomentando o chamado turismo étnico.

 

Tanto a “Rota das Abolições” quanto a “Rota da Liberdade” se relacionam com o projeto internacional da “Rota do Escravo” apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e também pela Unesco. Desta forma, todos os destinos integrantes dos roteiros são declarados como patrimônios mundiais da Memória da Diáspora Africana, ou seja, da dispersão deste povo. “Com isso busca-se o fortalecimento da história esquecida e um novo modo de apresentar os destinos culturais e turísticos sob a ótica do africano, detentor não só de força de trabalho, mas de importante conhecimento tecnológico e contribuinte da memória e identidades nacionais”.
Em janeiro do próximo ano, a coordenadora Solange Barbosa divulgará o roteiro paulista em Washington, nos Estados Unidos. Isto porque, seu projeto foi o único da América Latina a ser aprovado pela National Geographic.

 

Para o doutor em Arqueologia pela USP (Universidade de São Paulo), Wagner Bornal, coordenador do projeto arqueológico do sítio São Francisco, o fato do sítio ser declarado patrimônio mundial pela Unesco significa para São Sebastião uma grande vitória. “Nosso trabalho com a comunidade dentro do que chamamos de ‘Educação Patrimonial’, tem uma série de ações e projetos, e quando há uma consagração além da que já possuímos em âmbito municipal, estadual e nacional, temos então a coroação da política adotada pelo departamento de Patrimônio Histórico em relação ao sítio, onde buscamos não apresentá-lo como clausura dos escravos, mas sim como herança dos conhecimentos deixados pelos afro-descendentes ao nosso País”, comentou Bornal, acrescentando que este ganho propiciará a inserção de São Sebastião no roteiro turístico internacional. “Um fator muito importante para o nosso município”, concluiu.

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