Sobre paridade, filas e aplausos na FLIP 2017: um e-mail de Paraty.

Ana, querida,

Li sua mensagem a caminho de Paraty e lamentei que, de última hora, você não pudesse vir. Senti falta da sua companhia para encarar as filas comigo, comentar as mesas e tudo o mais. Por outro lado, foi interessante estar sozinha, solta para observar e fazer o que desse na telha. Seguem as minhas impressões gerais. Por onde começo?

Por Dayana Façanha, para o Portal Geledés 

Tenho um pouco de tudo a compartilhar. Li em algum lugar que a Flip é como se fosse um Rock in Rio das letras, algo assim, e gosto da comparação. Era uma festa mesmo. A cidade lotada, gente animada andando para lá e para cá, carrinho de pipoca, doce, refrigerante. Na praça da matriz, a Central Flipinha, de longe, parecia um carrossel – tenda de lona colorida com luzinhas acesas nas bordas, crianças dentro, adultos em volta. Varais com bandeirinhas coloridas, livros pendendo de árvores. Isso tudo em frente ao auditório da praça, com centenas de cadeiras, sempre, sempre lotado, o público se esparramando para além dos assentos. Todo fim de programação tinha cara de sábado à noite por ali, gente enfeitada se azarando, rindo, copo de bebida na mão.

Diferente do que imaginávamos, a festa literária em si acontece múltipla e simultânea, toda espalhada pelo centro histórico, não se concentra só na praça da matriz, nem nas mesas oficiais. Divertidíssimo. Primeiro, porque havia sempre coisa que fazer, depois porque todo dia era preciso desvendar de novo o labirinto das ruas daquela cidade para encontrar as Casas – cada qual com uma programação riquíssima – onde aconteciam os eventos paralelos. O chão no centro histórico é todo de pedras enormes, irregular. Não se anda sem cuidado, devagar, olhos no chão. Assim, e no meio daquelas casinhas iguais, ninguém decorava os caminhos, eu menos que todos. Mas como tudo era motivo para olhar o que eu não conhecia, cada vez que andava em círculos, encontrava algo novo e aproveitava. Conheci diversas pessoas que foram a Paraty sem sequer um ingresso para as mesas oficiais e que estavam ali para curtir a variedade daquelas opções, além da programação principal no telão da praça.

Não sei se é sempre assim, mas ficou-me a impressão de que é possível aproveitar a Flip de formas variadas, sem necessariamente esvaziar os bolsos. Sim, há muito de elitista, como se diz, na festa em geral. A estadia é caríssima nas pousadas (é meio ridículo) e a maioria dos restaurantes no centro histórico também, não só pelo que servem, mas pelo que ostentam. Ateliês de pintura e artesanato abertos a todos, elegantes, bonitos, comportam as carteiras de poucos, e os livros também são caros. A gente vê lá um povo que tem aquela cara de quem não se preocupa com o valor da conta a pagar. Mas é possível não gastar com tudo isso, há albergues decentes pagáveis, e rápido se descobre, a minutos do centro histórico, os restaurantes onde servem as pessoas normais. Como quer que seja, na contramão da mania estabelecida de ter e de comprar, vale a experiência em si de apreciar por aquelas ruas estreitas a arquitetura colonial, as cores variadas das portas e janelas, as pinturas e trabalhos manuais à mostra. Vale estar ali, misturada aos outros, exposta a uma experiência cultural plena de sensações e criatividade… tanta que se chega ao delírio.

Aqui uma bobagem que vale a pena contar: “Na fila, esbarraram em mim. Olhei, o vi de costas, parecia Ondjaki. Teimei em checar, sumiu de vista”. Nota do meu diário de Flip, primeiro dia, sobre momento na fila de entrada para a mesa de abertura. Em carne e osso, passei por Lira Neto num café, dei encontrões com Lilia Schwarcz mais de uma vez – “desculpa!”, “tudo bem” -, topei com Noemi Jaffe na mesma fileira dentro da matriz, tomei vinho português de copo servido por Pilar del Río. Valter Hugo Mãe me aparecia em todo homem careca de barba, mais ou menos com o perfil dele, até que vi, mais de uma vez, Jorge Amado. O quê? Não. Este não poderia estar ali. Assim caiu-me a ficha de que pelo menos parte do que se via naquele lugar era fantasia literária. Gargalhei em grupo um dia depois, numa fila, quando três pessoas contaram experimentar coisa parecida, sendo Valter Hugo Mãe alucinação coletiva recorrente. Ondjaki em carne e osso apareceu no terceiro e quarto dias na Casa Amado & Saramago e, pelo cabelo, vi que o primeiro fora engano.

Parece óbvio, mas uma das delícias que a festa literária promove é, por cinco dias, o fato e também a possibilidade de se esbarrar na rua com intelectuais e escritores do coração, como se fosse comum. Não é. Daí as enormes filas de autógrafo na livraria, além das miragens do cérebro em expectativa. É também gostoso estar entre pares, gente apaixonada por livro e leitura, a compartilhar impressões, experiências literárias, incentivo e canetas para pedir autógrafo – “mas, por favor, traga-a mesmo de volta porque fulano de tal assinou-me um livro com ela ontem”. Notei que havia, se não o tempo todo, ao menos com frequência, um clima compartilhado de solidariedade e paciência nas filas para a programação das Casas paralelas. Lugares com espaços pequenos, às vezes se chegava uma hora antes para conseguir ficar na porta. Ali, cada centímetro de espaço era conquistado devagar, com certa teimosia, mantido pacientemente. Mas parece que a noção de que se estava entre gente parecida fazia com que cada um se espremesse um pouquinho para fazer caber o próximo. Sabendo do prazer que era estar ali, a ver e ouvir o ídolo literário nem sempre acessível, nos esforçávamos para espremer espaço e caber mais um. “Desculpa, gente, não cabe mais, vocês tem que ficar na porta”. “Alguém me passa a programação?”. E o papel seguia de mão em mão, dezenas de vezes, até quem pedia.

Falar em paridade vem a calhar, já que tanto se falou que essa seria a Flip da diversidade, pelo número equivalente de escritores e escritoras, além da participação negra elevada a 30%. Sendo a minha primeira Flip, não tenho padrão de comparação, mas achei que havia diversidade nesta edição, com um público negro expressivo em todos os cantos da festa, misturado ao público branco habitual. Numa daquelas palestras concorridas na Casa Malê, Conceição Evaristo disse que se via “no público da feira uma característica mais democrática”, que “essa Flip está mudando de cara”. Na mesa “Amadas”, que homenageou Evaristo, Ana Maria Gonçalves fez um apelo por curadorias mais responsáveis, femininas e negras, acrescentando que há um público que, quando se sente representado, frequenta a festa e quebra o estereótipo de que, no Brasil, negro não lê. Foi aplaudida com força.

Não sei se os grandes veículos de imprensa vão registrar, mas chamou a atenção o modo como Evaristo explicou o processo que construiu a maior diversidade que se viu nesta edição da Flip. “Não cheguei aqui sozinha”, “esse momento significa a [celebração] da força coletiva”, disse. Em toda palestra que deu, enfatizou a importância do trabalho de Giovana Xavier, do grupo Intelectuais Negras como um todo, na conquista de mais microfones à produção literária negra na Flip – dentre outras coisas, remetendo ao manifesto “Cadê as nossas escritoras negras na Flip 2016?”. Você o leu? Num dos eventos mais concorridos e emocionantes da Casa Amado & Saramago, o grupo da UFRJ lançou online o Catálogo Intelectuais Negras Visíveis, que traz à luz o trabalho de quase duas centenas de mulheres negras. Houve poesia, canto, lágrimas, mútuas demonstrações de reverência, apoio e resistência. Tantos aplausos que não sei como a Casa, espremida de gente, não foi abaixo.

As palmas da platéia. Até que ponto medem os sentidos políticos internos às experiências de quem frequentou a Flip? Em momentos chave, a reação do público intrigava. Na abertura do evento, Lilia Schwarcz e Lázaro Ramos apresentaram Lima Barreto por meio de uma narrativa em voz alta. Alternando com o texto sensível de Lilia sobre a vida de Lima, Lázaro  trouxe o escritor para perto de nós por meio de uma leitura dramática de trechos de seus diários íntimos. O público reage às críticas de Lima à República que já nascia defeituosa no país, “de caráter autoritário e elitista”: “a república no Brasil é o regime da corrupção. Todas as opiniões devem, por esta ou aquela paga, ser estabelecidas pelos poderosos do dia. Ninguém admite que se divirja deles […]. Ninguém quer discutir, ninguém quer agitar ideias […]. Todos querem comer. Comem os juristas, comem os filósofos, comem os médicos, comem os romancistas, comem os engenheiros, comem os jornalistas. O Brasil… é uma vasta comilança”. Identificação, riso irônico, palmas empolgadas.

Desconforto quando Lima reflete, em sugestiva anotação sem data, sobre diferença de tratamento entre brancos e negros na sociedade brasileira: “a capacidade mental dos negros é discutida à priori e a dos brancos à posteriori”. A plateia parece tensa, alguém ri. Fica-se com a sensação de que não era para isso. Lázaro não tem cara de quem fez piada. O texto segue e alcança novo relato de discriminação: “Tive fome e dirigi-me ao pequeno palco onde havia café e bolos. Encontravam-se lá muitos passageiros. Servi-me e dei uma pequena nota para pagar”. Demoram a lhe trazer o troco e Lima reclama. O caixeiro, indignado, rebate: “que pressa tem você?! Aqui não se rouba, fique sabendo”. Lima observa que ao mesmo tempo “um rapazola alourado reclamava o [troco] dele”, sendo atendido com simpatia e adulação. “O contraste feriu-me”, continua o escritor na voz comovida de Lázaro, “e com os olhares que os presentes me lançaram, mais cresceu a minha indignação”. “Curti durante segundos uma raiva muda e por pouco ela não rebentou em prantos. Trôpego e tonto embarquei [no trem] e tentei decifrar a razão da diferença dos dois tratamentos. Não atinei”. No auditório, o público escuta em silêncio:

 

“Em vão passei em revista a minha roupa e a minha pessoa. Os meus dezenove anos eram sadios e poupados e o meu corpo regularmente talhado. Tinha os ombros largos e os membros ágeis e elásticos. As minhas mãos fidalgas, com dedos afilados e esguios eram herança de minha mãe, que as tinha tão valentemente bonitas que se mantiveram assim, apesar do trabalho manual a que sua condição a obrigava. Mesmo de rosto […] eu não era hediondo, nem repugnante. Tinha-o perfeitamente oval e a tez de cor pronunciadamente azeitonada. Além de tudo, eu sentia que a minha fisionomia era animada pelos meus olhos castanhos que brilhavam doces e ternos […], traço de sagacidade que herdei do meu pai. De mais, a emanação da minha pessoa, os desprendimentos da minha alma deviam ser de mancetude, de timidez e bondade. Por que seria então, meu deus?”

 

Desta vez, a platéia parecia comovida com a reflexão pungente do escritor, interpretada com envolvimento pelo ator, e aplaudiu em sintonia.

A esta altura, imagino que você já saiba quem é a professora Diva Guimarães. A imprensa toda foi para cima dela a propósito de sua intervenção na mesa “A pele que habito” em plena praça da matriz. Aí, nova série de aplausos intrigantes. Enquanto a jornalista portuguesa Joana Gorjão apresentava dados que desconstruíam o mito de Portugal como bom colonizador, indiretamente fazia pensar sobre a falácia do mito de um Brasil sem racismo, a ideia distorcida e falsa de democracia racial. Diva diria mais tarde que, ao tratar de Portugal, Gorjão falava “do Brasil nos dias de hoje”. Lázaro Ramos comentou seu livro e elogiou a platéia cheia de brancos que via diante de si, enfatizando que todo mundo faz parte do problema, que o racismo faz mal a todos. Foi aplaudido com empolgação e depois com vigor ao repelir a ideia de que quando negro denuncia racismo é “mimimi”. Na verdade é dor, explicou didático, completando que tentar fechar a boca da pessoa que reclama é outra forma de agressão.

Afinado ao compromisso pela ampliação do diálogo, que entendi ser a base de seu livro (Na minha pele), disse que é preciso ouvir, clamou por empatia. Lembrei da sua impaciência com o didatismo meio conciliatório de Lázaro no livro, lidando a todo tempo com o risco de perder um leitor que se entedia quando o assunto é racismo. É triste que ainda haja tantas resistências, mas é interessante que ele se esforce por chegar nessa parcela de pessoas a qual tem acesso pelo espaço que adquiriu na TV. Afinal, é preciso estabelecer pontes e ampliar a discussão para além dos iniciados. Ficou-me a curiosidade: o quanto desse público resistente estava na Flip, ali naquela platéia, aplaudindo?

Ao final da mesa, o jornalista abriu para perguntas e percebi “tensão e emoção no ar” – anotei do caderninho. Foi aí que Diva Guimarães, mulher negra de idade, pegou o microfone, pedindo alguns minutos para contar sua história. Emocionada, foi aplaudida enquanto reunia forças para falar. Depois de ouvir Lázaro e de acompanhar a história da ruandesa Scholastique Mukasonga sobre sua mãe na noite anterior, Diva sentiu que também tinha de falar e de homenagear a sua. Queria registrar ser uma sobrevivente pelo esforço de uma mãe que passou por todo tipo de humilhação para que ela estudasse. Chovem aplausos.

Comovida, Diva segue lúcida e cortante relatando experiências de discriminação pelas quais passou a vida toda, incômodas e dolorosas como as de Lima Barreto. “Aos seis anos eu senti a diferença”, “amadureci aos seis anos” quando ouviu de uma freira lenda que separava brancos como trabalhadores e negros como preguiçosos – o que “não é verdade!”, teve necessidade de afirmar ali, “porque esse país vive hoje porque meus antepassados … [intensos aplausos] [ela se vira, encarando a plateia toda] deram condição para todos”. “Eu sou uma sobrevivente pela educação e pela luta de minha mãe”. Muitos aplausos.  “Mas eu, com todo o preconceito, com todas as coisas, venci”. Diva Guimarães é ovacionada. E quando Lázaro Ramos conclama os presentes para um pacto de investir na educação o auditório da praça da matriz vem abaixo: “a galera aplaude, levanta e grita ‘Fora Temer!’, ‘Fora Pezão!’, ‘UERJ resiste’. Este momento arrepiou-me os cabelos “!!!”, como anotei no caderninho, porventura porque em vez de extravasar a energia no coro ao qual queria me juntar, mantive-me sentada, preocupada em anotar. Algumas pessoas se levantaram, saíram e me perguntei sobre o motivo.

Diva (não a chamo de dona porque acho que ela não gosta) é assediada pelo público, entre brancos e negros. Entre os últimos, trocavam-se palavras de reconhecimento, pedia-se benção, trocavam-se abraços, apresentavam-se membros da família, compartilhavam-se memórias de mães. Entre brancos que se aproximavam, havia gente fazendo autocrítica em voz baixa, também se trocavam abraços e muita gente agradecia Diva pelo relato. Diziam-lhe “vai ter que dar palestra na próxima”. Às vezes de forma estabanada e intrometida, pediam-lhe autógrafos e selfies: “Diva, Divaa, olha aqui pra foto”, “a senhora dá uma olhadinha para cá?”, “posso fazer uma foto?”, “a senhora tem um coração branco”… ops!

Queria poder investigar a fundo o sentido político interno dessas manifestações, cada uma e em conjunto. Diva é aceita e celebrada, mas isso não livra inteiramente o público que aplaudia sua presença na Flip de manifestações racistas. Até que ponto, entre as frações do público de Paraty, a insistência dos aplausos às vitórias de Diva e de sua mãe representavam um movimento automático e ansioso para afastar de si a pecha de racista, sem maiores consequências além do frisson do momento, a selfie? O que discerne o sentido político e social interno dos aplausos entre empolgados-alheios e emocionados-engajados? Sim, porque havia ali também uma vibração intensa, que parecia vir do fundo da terra, de celebração da sobrevivência, da resistência e, sobretudo, de uma marcação de território: agora não tem mais jeito para a Flip, “nós não vamos abrir mão do que foi conquistado”, disse Conceição Evaristo ao microfone no domingo. Além de reconhecer a sensibilidade da curadoria de Joselia Aguiar a atender “o que nós queríamos”, Evaristo enfatizou não ser a presença negra na Flip “uma concessão”, porque “merecemos estar aqui”, “temos o direito de estar aqui”. Frases que, com pequenas variações, ouvi ecoar por todos os cinco dias de Flip ao longo das Casas, ruas e mesas de bar em Paraty, não só pela boca de escritores, mas do público.

Pensando agora, enquanto lhe escrevo, é interessante como os conflitos e ambiguidades das manifestações do público em Paraty não diminuem a relevância do que houve ali, ao contrário, expõem a necessidade de se consolidar e amadurecer pelo país projetos culturais que se empenhem em construir paridade étnica e de gênero. Acho que aconteceu nessa Flip aquilo que Joselia Aguiar tentou implementar: “combinar nomes de diferentes origens, tonalidades, gerações” a fim de que a diversidade promovesse choques culturais e estes criassem oportunidade para ampliar a qualidade.

Por fim, é instigante pensar no papel que a literatura pode ter nesse processo de ampliação de reconhecimento da diversidade. Não por obrigação, nem porque exista uma função para isto e aquilo na literatura. Mas pelo fato de que a partir de agora talvez se multipliquem as iniciativas para procurar e fazer circular essa produção literária negra que sempre existiu fora do centro. Se calhar, vai cair a ficha de que, num país com população negra maior que 50%, desconhecer sua produção literária (artística de modo geral) é permanecer um pedaço burro, um pedaço mudo, uma parte pela metade no saber sobre quem somos, que infernos vivemos, com o que sonhamos. Eu mesma, universitária, pesquisadora, estou conhecendo livros e autores pela primeira vez. E, em meio a todas as misérias que temos vivido, não resolve, mas conforta ao menos aumentar a galeria de conhecidos, entre autores e personagens, com quem desafogar, discordar, se inspirar, enfim, dialogar para sobreviver.

O trânsito está arrastado para sair de Paraty. Conceição Evaristo e Scholastique Mukasonga me fazem companhia. Sim, alternadamente, as duas. Poderoso como elas expressam a força das palavras e do “contar histórias” como forma teimosa de realizar e permanecer:

Mukasonga (A mulher dos pés descalços): “Mãezinha, eu não estava lá para cobrir o seu corpo, e tenho apenas palavras […] para realizar aquilo que você me pediu. E estou sozinha com minhas pobres palavras e com minhas frases, na página do caderno, tecendo e retecendo a mortalha do seu corpo ausente”.

Evaristo (Becos da memória): “Um sentimento estranho agitava o peito de Maria-Nova. Um dia, não sabia como, ela haveria de contar tudo aquilo. Contar as histórias dela e dos outros. Por isso ela ouvia tudo tão atentamente. Não perdia nada”.

Que venham muitas mais dessas histórias.

Logo nos vemos,

D.F.

 

*Dayana Façanha é doutoranda em história social pela Universidade Estadual de Campinas. Sua visita à Flip faz parte de suas atividades de pesquisa com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

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