SP ultrapassa os 11 milhões de habitantes, estima IBGE

Segundo a projeção, população da capital cresceu 0,43% de 2008 para 2009

Dados determinam quanto cada cidade receberá do Fundo de Participação dos Municípios, que é repassado pelo governo federal

 

A capital paulista ultrapassou a barreira dos 11 milhões de habitantes em julho deste ano, aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o cálculo, feito anualmente, o Brasil tem uma população de 191,5 milhões.
Em 2008, os dados mostravam que o país tinha 189,6 milhões habitantes -portanto houve alta de 1%. A estimativa indica que 23,2% dos municípios tiveram a população reduzida. Esse fenômeno costuma se dever à migração.
O alcance da marca simbólica do crescimento populacional da capital, no entanto, é controverso. Para a Fundação Seade, do governo do Estado, São Paulo só vai superar a marca de 11 milhões ano que vem.
A diferença é a metodologia usada pelos órgãos. O IBGE usa como parâmetro as contagens populacionais anteriores para calcular sua estimativa. A Fundação Seade usa como principal fonte de informação cartórios de registro civil. Para o órgão federal, em 1º de julho, a capital atingiu 11.037.593. Para o estadual, 10.998.813.
A pequena diferença metodológica, no entanto, não altera a análise sobre a dinâmica da cidade ao longo dos anos, dizem especialistas.
Para o demógrafo Haroldo Torres, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), o pequeno crescimento da capital é desigual nas regiões da cidade, e tem ocorrido sem planejamento urbano.
“As áreas centrais de São Paulo estão perdendo população. Ao mesmo tempo, ainda há um crescimento expressivo das periferias”, diz Torres.
Para ele, a expansão desordenada se dá em razão do preço da terra. “Isso tem a ver com o processo de mudança da cidade, mais voltada para serviços, moderna. Toda vez que se tem o setor imobiliário pujante, com grandes empresas vindo para cá, [isso] encarece a terra.”
Torres afirma que uma das saídas encontradas pela classe média baixa é a nova oferta do mercado imobiliário nas cidades da região metropolitana.
Segundo a estimativa do IBGE, a população da capital cresceu 0,43% de 2008 para 2009, enquanto a de toda a região metropolitana subiu 0,82%.
O Estado de São Paulo tem, além da maior cidade, a menor também. A estimativa é que Borá tenha alcançado em julho 837 habitantes -três a mais do que no ano passado.
O Estado de São Paulo é o maior do país, com 41,4 milhões de habitantes, seguido por Minas Gerais (20 milhões) e Rio de Janeiro (16 milhões). Esses três Estados concentram 40,4% da população.
O IBGE publica anualmente as estimativas de população dos 5.565 municípios. O cálculo determina quanto cada cidade receberá do Fundo de Participação dos Municípios, de acordo com parâmetros do TCU (Tribunal de Contas da União).
O fundo corresponde a uma parcela das receitas federais (Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados) arrecadadas pela União. Na maioria das médias e pequenas cidades, é a principal fonte de recursos.
Diversas cidades questionam os dados do IBGE. Em fevereiro, a Folha revelou que ao menos 425 disputam territórios com vizinhos, para aumentar a população e conseguir maior repasse. O principal problema é a imprecisão das leis que definem os limites das cidades.

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