Ter mais mulheres nos conselhos das empresas interfere no valor de sua ações?

Até aqui, o que se sabia através de pesquisas internacionais, era que a diversidade dos boards das empresas tinha uma influência positiva sobre o retorno sobre o patrimônio, capital investido e vendas (53%, 66% e 42% melhores,segundo estudo de 2007 da Catalyst dos que as  que não tinham mulheres nos conselhos) .

Por Cynthia Almeida no Mulheres Incríveis

Tais ganhos, porém, não eram refletidos no valor das ações dessas companhias.  A aparente desconexão entre os resultados das empresas com seu valor de mercado foi objeto de um estudo sociológico da Universidade de Harvard. O que a análise constatou, em resumo, foi que quando uma empresa nomeava uma mulher para o seu board, investidores vendiam ações derrubando seu preço. O motivo era uma aparente desconfiança do desempenho feminino em postos-chave.

A boa notícia é que essa situação parece ter mudado. Um estudo com 4255 empresas de capital aberto em todo o mundo, conduzida pela Thomson Reuters (Climb to the top – tracking gender diversity on corporate boards) revelou que empresas com mais mulheres nos conselhos têm menor volatilidade em suas ações e maior valorização em seus preços.

Outros achados do Thomson que analisou dados de 2013, os mais recentes disponíveis com números fechados:

Há um aumento gradual na porcentagem de empresas que têm mulheres em seus boards: em 2013 foram 64% (eram 56% em 2009). 

Entre as empresas analisadas, apenas 20% reportaram ter 20% ou mais de mulheres em seus conselhos (13% em 2008) 

Mais da metade (51%) reportaram um mínimo 10% de representação feminina nos conselhos (40%  em 2008) 

Sobre uma perspectiva regional, os países da EMEA (que incluem Europa, Oriente Médio e África), reportaram média de 20% de mulheres nos boards, ultrapassando os países das Américas. 

A adoção de políticas e processos para aumentar a diversidade de gênero está crescendo e são particularmente relevantes em países europeus e americanos. 

Por setor, as indústrias de Saúde, Finanças e Produtos de Consumo e Serviços são líderes em conselhos com diversidade de gênero.

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