Tropas da ONU sofrem novas acusações de abuso sexual na República Centro-Africana

MISCA military soldiers take position during an operation in the Boy-rabe neighborhood of Bangui, Central African Republic, on February 15, 2014. French and African peacekeepers on Saturday seized weapons from militia in the capital of the strife-torn Central African Republic, but failed to detained a wanted leader of the rogue groups. The international troops went house to house for about four hours in Bangui's Boy Rabe neighbourhood, the base of mostly Christian militias whose attacks have driven many minority Muslims from the city in recent weeks, sparking warnings of "ethnic cleansing". AFP PHOTO / FRED DUFOUR (Photo credit should read FRED DUFOUR/AFP/Getty Images)

A força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana foi alvo nesta quarta-feira (11) de novas acusações de abuso sexual, reveladas por uma investigação da Thomson Reuters Foundation, em meio a preocupações crescentes com o fracasso do combate a esses abusos.

No Brasil Post 

Três meninas adolescentes que tiveram de sair de suas casas por causa dos confrontos no país afirmaram à fundação que mantiveram relações sexuais com soldados congoleses das tropas da ONU durante semanas, resultando em pelos menos duas gestações.

As meninas, com idades entre 14 e 17 anos, moram em abrigos temporários em campos que ficam próximos à base de 500 militares da força de paz da ONU, a maioria da República Democrática do Congo, Bangladesh e Camarões.

A idade mínima para sexo consensual na República Centro-Africana é 18 anos. Relações sexuais entre soldados da tropa de paz e civis são proibidas de acordo com protocolo da organização internacional.

As acusações são as mais recentes de uma série de denúncias contra a força de 11.000 soldados conhecida como Minusca, que opera no país desde abril de 2014.

A força de paz, cujo mandato faz referência à “proteção de mulheres e crianças”, foi envolvida em uma série de escândalos de abuso sexual no início do ano, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, prometeu reprimir a prática.

Uma das meninas que falou à Thomson Reuters Foundation disse ter 14 anos. Ela já teve um filho desde que a sua relação com o soldado congolês começou.

Outra menina, de 17 anos, com sete meses de gravidez, afirmou que o soldado aparecia com regularidade.

“Ele me dava dinheiro, mas ele não tem vindo me ver recentemente”, disse ela em entrevista no abrigo em que agora mora.

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