Unicamp amplia diversidade e aprova 38% de estudantes pretos e pardos em primeira chamada

FONTEPor Juliana Sangion, da Unicamp
Divulgação/UNICAMP

A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) está divulgando as informações sobre o perfil dos aprovados nas primeiras chamadas das diversas modalidades de ingresso em 2019. Pela primeira vez, a Unicamp adotou cotas étnico-raciais no vestibular, além de oferecer as opções de ingresso por meio da nota do Enem, do desempenho em olimpíadas científicas e vagas pelo Vestibular Indígena. Além disso, a pontuação do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), para alunos de escola pública no vestibular, também foi ajustada.

De acordo com os dados dos convocados, na somatória da primeira chamada do Vestibular Unicamp e do Enem-Unicamp, e das primeiras chamadas do Vestibular Indígena e das Vagas Olímpicas, do total de 3.386 aprovados, 38,2% são autodeclarados pretos ou pardos e 48,7% são de escola pública. Os estudantes indígenas representam 2,1% dos convocados deste ano.

Além dos índices gerais, que estão na tabela abaixo, os dados por curso estão disponíveis para consulta na página eletrônica da Comvest (www.comvest.unicamp.br). As informações mostram que há, no mínimo, 25% de estudantes autodeclarados pretos ou pardos em praticamente todos os cursos. Em relação à participação de aprovados egressos de escolas públicas, os índices variam de 78,1% (em Letras – Noturno) a 29% (em Música-Composição) nos diferentes cursos de graduação. Na Medicina, o curso mais concorrido do Vestibular Unicamp 2019, o percentual é de 56,4%.

José Alves de Freitas Neto, coordenador da Comvest (Foto: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)

De acordo com José Alves de Freitas Neto, coordenador da Comvest, o sistema de ingresso criado pela Unicamp se mostrou bastante inteligente. “O sistema com diferentes modalidades de ingresso permitiu que a Universidade chegasse ao índice de 38% de estudantes autodeclarados pretos ou pardos, sendo que o piso estabelecido pelo Consu era de 25%. É importante destacar, também, que esse mínimo foi assegurado em praticamente todos os cursos e boa parte dos aprovados desse segmento não precisou utilizar das cotas, pois teve nota para passar na ampla concorrência”, afirmou.

A respeito do grupo de estudantes egressos de escolas da rede pública, José Alves salientou a importância da modalidade que utiliza a nota do Enem. “O edital Enem-Unicamp possibilita que a Universidade tenha um perfil de estudantes que não necessariamente têm uma intersecção com o vestibular, portanto há alunos que vêm de outras regiões do estado ou do país. Esse foi um ajuste fundamental, por conta das mudanças promovidas no PAAIS. Com isso, equilibramos os diferentes sistemas, para que tivéssemos condições de atrair os melhores candidatos tanto pelas notas do Enem como pelo vestibular”, disse.

Segundo o coordenador, o mecanismo criado para o ingresso nos cursos de graduação da Unicamp, a partir deste ano, efetivamente permitiu a inclusão. “Buscamos ter na Unicamp a representatividade da sociedade e que possamos aprender a conviver com as diferenças e combater todas as formas de preconceito”, afirmou.

Gráfico Unicamp
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