Universitário diz sentir tratamento desigual

 

Estudante do terceiro ano de administração da faculdade Zumbi dos Palmares, Marcus Vinicius dos Santos, 34, encerrou o estágio de dois anos em um banco e avalia agora algumas propostas de emprego.
Com o valor que recebia do estágio, R$ 1.200, ajudava a renda da família -em torno de cinco mínimos-, que mora em casa própria na zona oeste da capital.
“Minha mãe trocou o carro por um zero neste ano, e sinto que o poder de compra de nossa família melhorou muito nos últimos anos.”
Apesar da melhoria no padrão de consumo da família, Santos afirma que, como consumidor, não sente o mesmo tratamento dado aos não negros.
“Veja como um negro e um branco são tratados quando entram em uma concessionária, por exemplo. Como são atendidos? Acho que somos vistos como os integrantes da periferia, que não têm renda nem condições de comprar.”
Para o professor Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UnB (Universidade de Brasília), o consumidor negro ainda é “preterido” pela mídia.
“Brancos vendem produtos; negros, não. Esse é um estereótipo ultrapassado. Os empresários têm de estar atentos para o atual contexto e respeitar as diversidades”, afirma o pesquisador. (CR)

 

 

Fonte: Folha e S.Paulo

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