Vamos brindar a vida, meu bem! E brindemos com nossas mães e mais velhas

FONTEPor Jaqueline Fraga, enviado ao Portal Geledés
Neide Fraga, Vanessa da Mata e Jaqueline Fraga (Foto: Arquivo Pessoal)

O mês de maio se tornou um mês de duplos sentimentos para mim, aliando emoções que disputam espaço no coração. Mas, vou iniciar esse texto falando sobre os sentimentos mais brandos, sobre o amor que ainda podemos expressar. 

Não é segredo para quem me acompanha, seja pelos textos aqui na coluna, seja pelos escritos no meu primeiro livro, Negra Sou, ou na antologia Cartas para Esperança, da qual sou coautora, ou seja, ainda, pelas publicações nas redes sociais, que minha mãe é minha maior inspiração, meu amor maior.

No último dia 7 de maio, o sábado véspera de Dia das Mães, tive o prazer e a alegria de ir com mãinha ao show de Vanessa da Mata. Ela, Vanessa, levou ao Teatro Guararapes, em Olinda, o show da turnê “Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina”, que tem o mesmo nome do seu sétimo álbum, lançado em 2019.   

Inclusive, naquele ano, eu já havia ido ao mesmo show, quando ela o trouxe pela primeira vez aos arredores do Recife, capital pernambucana. Na ocasião, no entanto, fui a trabalho, cobrindo o evento para a coluna social do jornal onde sou repórter.  

Desta vez, o show foi ainda mais especial, justamente porque tive a felicidade de ir ao teatro ao lado da minha mãe. E vê-la sorrir e cantar e dançar e alegrar-se é das coisas que mais motivam, encantam, e engrandecem. 

Aliás, recordo-me, agora, da frase que escrevi quando da conclusão da minha primeira graduação, no curso de Administração da Universidade de Pernambuco (UPE): “Felicidade é enxergar a felicidade nos olhos de quem amamos”. É isso! Era assim antes e será assim sempre. 

Após o show, tivemos a alegria de conhecer Vanessa no camarim. E ela nos recebeu com afeto e carinho. Tanto ela quanto sua querida e inseparável produtora, Preta, a quem também agradeço por toda a gentileza. 

Falei sobre essa linda experiência com a artista nos meus perfis no Instagram (@jaquefraga_ e @livronegrasou) e compartilho o texto aqui:  

Dos momentos felizes para guardar no coração ❤️

Curtir o show de @vanessadamata, ao lado de mãinha, e ainda conhecê-la, foi lindo.

Falei sobre a minha admiração e ela, ao receber o @livronegrasou e saber que foi finalista do Jabuti, me emocionou ao dizer que também já estou inspirando muita gente por aí.

Conversamos sobre educação, porque no show ela já tinha honrosamente saudado os professores. Comentei que minha mãe é professora e Vanessa contou que a família dela também é de professores – e ainda disse que eu “sou a cara” das suas primas. Me senti família haha

E quando ela disse à mainha “vem cá me dar um abraço”, me deu uma sensação tão maravilhosa. É sobre proporcionar momentos especiais para quem tanto fez (e faz) por mim.

Que noite linda! Dos momentos felizes para guardar no coração ❤️

Relembrar esse momento me fez lembrar uma frase que vi em algum perfil de rede social: “Inclua suas mais velhas nos seus rolês”. Achei essa mensagem maravilhosa, especialmente porque é algo que já faço há muito tempo. Minha mãe é das minhas melhores companhias e sempre faço questão de estar com ela em momentos festivos, divertidos e de lazer. 

Há mais ou menos três anos, por exemplo, também tive a oportunidade de levá-la ao show da cantora Marina Elali, que cantava sucessos de Roberto Carlos, sendo acompanhada no piano pelo maestro Eduardo Lages. Nesse dia, também tivemos a alegria de conversar com a cantora no camarim.

No início desse texto, eu comentei que o mês de maio se tornou um mês de duplos sentimentos para mim, aliando emoções que disputam espaço no coração. É o tradicional Mês das Mães e, também, o mês do meu aniversário. 

Por muitos anos, mantive a tradição de todo dia 1º de Maio compartilhar nas minhas redes a seguinte frase: “mês de aniversário é diferente, tem uma atmosfera especial”. Essa tradição, aliás, começou lá atrás, ainda no Facebook, quando ele era a principal rede social no Brasil.  

Mas, desde 2020, essa atmosfera, que era pura e simplesmente de esperança, alegria e renovação, mudou, dando lugar, também, à saudade e à tristeza. Em 2020, dois dias após o meu aniversário, eu perdi meu pai. A dor mais intensa que já senti. Tornou-se inevitável, então, associar o mês de maio também ao luto, associar o meu aniversário de nascimento também ao aniversário de morte do meu pai.

Este ano, meus “parabéns pra você”, que só ocorreram por insistência da família, foram repletos de lágrimas. Nem a tradicional foto segurando o bolo ou assoprando as velas eu tive condição ou desejo de fazer. Mas, venho entendendo a importância de respeitarmos os nosso momentos, venho entendendo a importância de nos respeitarmos. Talvez em outros anos eu esteja com o coração mais brando, mais calmo. Talvez esses sentimentos sigam mudando ou se mesclando ano a ano.

O mês de maio se tornou essa dualidade. E eu seguirei aprendendo e me redescobrindo ou me revivendo. Por enquanto, como neste ano, vou tentar me apegar aos momentos em família, em especial ao lado da minha mãe, fazendo de tudo para que cada instante seja especial. 

Vou seguir, como canta Vanessa da Mata em uma de suas canções mais famosas, tentando brindar a vida. E isso ao lado de quem me é mais especial. Farei isso por mim, pelas minhas e pelo meus. Sei que também seria o desejo do meu pai.

Então, sempre que possível, enquanto ainda estamos aqui: Vamos brindar a vida, meu bem! E brindemos com nossas mães, irmãs e mais velhas.


Minibio

Jaqueline Fraga é escritora, jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco e administradora pela Universidade de Pernambuco, com MBA em Comunicação e Jornalismo Digital pela Universidade Cândido Mendes. Apaixonada pela escrita e pelo poder de transformação que o jornalismo carrega consigo, é autora do livro-reportagem “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”, finalista do Prêmio Jabuti, e do “Big Gatilho: um livro de poemas inspirado no BBB 21”. Também é coautora do livro “Cartas para Esperança”. Escreve por profissão, prazer e terapia. Escreve porque respira, respira porque escreve. Pode ser encontrada nas redes sociais nos perfis @jaquefraga_ (Instagram e Twitter) e @livronegrasou (Instagram)

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.

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