Vitima de agressão por diretor de bateria da Vai-Vai pede medida protetiva

Objetivo é impedir que Anderson Roberto, o Pepê, se aproxime dela. Agressão ocorreu durante ensaio técnico no Anhembi na madrugada de domingo (20).

Por Philipe Guedes, do G1 

Foto: Reprodução/ Whatsapp

A mulher agredida durante ensaio de carnaval no Sambódromo do Anhembi, na madrugada de domingo (20), pediu uma medida protetiva contra o diretor de bateria da Vai-Vai. A agressão foi filmada e o vídeo repercutiu nas redes sociais.

O pedido foi feito durante depoimento que ela prestou na 4ª Delegacia da Mulher (DDM), na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, na segunda-feira (21). O objetivo é impedir que Anderson Roberto, o Pepê, se aproxime dela.

Pepê também esteve na mesma DDM na manhã desta terça, mas não quis dar entrevista. Durante cerca de uma hora, ele afirmou que a mulher era sua namorada e que a agrediu por ciúmes. Anderson também acrescentou no depoimento que estava de cabeça quente.

O delegado titular da 1ª Delegacia de Turismo de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, afirmou que Anderson será indiciado por contravenção de vias de fato e ameaça, no contexto da Lei Maria da Penha, que protege mulheres contra violência doméstica.

O advogado de Pepê, Demis Roberto, afirmou que seu cliente não namora mais a jovem, e que está “extremamente arrependido”. “Foi um ato impensado, ele não tem antecedentes criminais, nunca passou por uma situação dessa”, disse. “Se o Judiciário entender de que houve uma agressão, de que ele deva ser punido, ele irá responder porque infelizmente a gente responde pelos nossos atos.”

Expulsão
A Liga das Escolas de Samba, responsável pelo carnaval de São Paulo, afirmou que Pepê está proibido de entrar no Sambódromo nos ensaios e no desfile.

Segundo o presidente da Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, ele está fora da agremiação. “A gente já notificou a expulsão dele ao conselho deliberativo, como rege o estatuto, rege a nossa disciplina, a nossa ética”, disse.

Ele acrescentou que a escola está prestando atendimento jurídico e psicológico à integrante que foi vítima da agressão. “Essas são as primeiras medidas que a escola de samba Vai-Vai está tomando em relação a esse episódio lamentável.”

Veja a íntegra da nota de esclarecimento da Vai-Vai:

“A Diretoria e Conselho do G.R.C.S E.S. Vai-Vai vem a público para informar que não pactua com atos de violência e covardia praticados contra uma componente e colaboradora desta instituição. O autor dos atos em questão está sumariamente afastado de qualquer atividade junto a nossa escola.

Viemos a público pedir nossas desculpas e registramos aqui nossa solidariedade à vítima, bem como não mediremos esforços para que ela fique bem e tenha todos os meios para garantir e legitimar os seus direitos.

Repudiamos de forma veemente o triste e criminoso fato ocorrido e não admitiremos em hipótese alguma que lamentáveis acontecimentos como este fiquem impunes.”

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