Você sabe qual é o método contraceptivo mais eficaz?

FONTEUOL, por Larissa Cassiano
MICHAEL KRAUS/SHUTTERSTOCK

O implante hormonal contraceptivo de etonogestrel, conhecido como Implanon NXT, é um método contraceptivo de longa duração liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e no momento é o método com menor taxa de falha.

Esse implante hormonal é plástico, em formato de bastão, tem quatro centímetros de comprimento e dois milímetros de diâmetro, contém 68 mg de etonogestrel, um hormônio progestagênico, que é liberado continuamente em doses pequenas.

Pode ser utilizado pelo período de até 3 anos, porém quem desejar poderá retirar a qualquer momento.

A inserção pode ser feita no consultório médico com anestesia local, na região do antebraço através do aplicador estéril, o aplicador vem com o implante. Em cerca de oito horas os níveis sanguíneos do hormônio já alcançam concentrações suficientes para inibir a ovulação.

Esse método é eficaz?

Sim, é um dos métodos mais eficazes. A possibilidade de engravidar usando corretamente é de cerca de 5 em 10.000 pessoas que utilizam o método, em comparação temos:

Preservativo 2 a 5 em 100, DIU de cobre 6 em 1.000, Laqueadura 5 em 1.000 e DIU hormonal 2 em 1.000.

Como ele age?

Ele age inibindo a ovulação, modificando o muco do colo do útero e a camada interna do útero dificultando a possibilidade de fecundação, ou seja, não é um método abortivo.

Quais são os benefícios?

Após a inserção, o método passa a não ter necessidade de intervenção tanto da pessoa que utiliza, quanto do profissional de saúde que acompanha, além disso, os lembretes sobre ele apenas serão necessários no período de troca, que é de 3 anos.

E a retirada?

Após uma semana da retirada, os níveis de hormônio do implante já apresentaram queda e é possível engravidar poucos dias depois.

Quando não utilizar?

Câncer de mama, gravidez, distúrbio tromboembólico venoso e/ou arterial ativo, doença hepática grave, tumores dependentes de progestagênio e sangramento vaginal sem causa conhecida.

Em alguns casos, o contraceptivo combinado é contraindicado, mas o implante, por ser composto apenas com hormônio progestagênico, poderá ser utilizado, a contraindicação é para adolescentes, pessoas próximas à menopausa, hipertensas, pessoas que amamentam, fumantes com mais de 35 anos, diabéticas há mais de 20 anos ou com complicações, pacientes com enxaqueca com aura ou sem aura.

Efeitos colaterais

Como todos os métodos contraceptivos hormonais, alguns eventos adversos e efeitos colaterais podem ocorrer no caso do Implanon, a queixa mais frequente é o sangramento vaginal irregular, podem ocorrer outros sintomas como cefaleia, ganho de peso, acne, oscilação de humor, dor na mama e dor abdominal.

Pode haver sangramento vaginal?

Parte das pessoas que utilizam este método não terá nenhum tipo de sangramento vaginal, porém algumas pessoas podem apresentar sangramentos irregulares. Para esses casos é possível associar medicações que auxiliam na redução do sangramento.

Como discutido, o implante é um método de fácil inserção, altamente eficaz e com poucas restrições. Em alguns municípios o implante já está liberado para ser inserido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e já é coberto por alguns planos de saúde.

Para quem se confunde e chama este implante de chip, saiba que ele não é a mesmo implante do que o conhecido “chip da beleza” que já falei aqui anteriormente. O “chip da beleza” é produzido através do hormônio gestrinona, indicado para aumento da libido, emagrecimento, endometriose, contracepção, entre outras possibilidades.

Embora usado com frequência entre profissionais, na literatura médica não existem estudos de segurança com a gestrinona utilizada na forma de implante, isso fez com que a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo) não recomendassem o uso desses implantes.

Referências:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 64/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).

MONTENEGRO-PEREIRA, Erick; LARA-RICALDE, Roger; VELASQUEZ-RAMIREZ, Norma. Implantes anticonceptivos. Perinatol. Reprod. Hum., México , v. 19, n. 1, p. 31-43, 2005 . Disponível em www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-53372005000100005&lng=pt&nrm=iso

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