O menino Jesus

(Foto: Reprodução/ Twitter)

Um tinha uma mãe chamada Maria.

Reprodução/ Twitter

Por Lelê Teles Do Brail247

O outro também.

Um se chamava Jesus. O outro também.

Ambas, as Marias, viram o rosto dos carrascos de seus filhos e, neles, a máscara da morte.

Na sexta-feira, as Marias choram a perda de seus Jesus.

Ambos assassinados pelas forças de ocupação do Estado opressor.

Um, morto no morro do Gólgota, ou morro da caveira.

O outro, morreu no Morro do Alemão, o morro dos caveiras.

Os dois mortos, impiedosamente, pelas mãos do Estado.

Nos dois casos, em um palácio, o mandante lava as mãos sujas de sangue em uma cuba de prata, indiferente.

É só mais uma morte, outras virão.

A doméstica Terezinha Maria de Jesus, viverá o resto de sua vida arrastando a cruz dessa tragédia.

Não há língua nenhuma no mundo que tenha tido a ousadia de criar uma palavra para definir o estado de uma mãe que perde um filho.

A esposa que perde o marido fica viúva. O filho que perde a mãe fica órfão.

Como fica uma mãe que perde o seu filho?

Eduardo tinha dez anos, foi julgado e condenado à pena de morte em questão de segundos, pelo tribunal de fardas.

Mesmo sem um único indício de culpabilidade, o pequeno Eduardo de Jesus foi executado.

Uma criança.

Por que o policial imaginou que podia meter uma bala na cabeça de um menino de dez anos?

Por que ele era pobre?

Já estamos a condenar as crianças assim que deixam as fraldas?

Dizem que o Brasil precisa reduzir a maioridade penal até o limite, ou seja, até a maternidade.

No ventre não pode, a sociedade é contra o aborto é a favor da vida.

Palavra da salvação.

 

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