A culpa dos jornalistas nesse show de horrores sobre os médicos cubanos – Sakamoto

Parte dos jornalistas passou dias dizendo o que quis sobre a vinda dos médicos cubanos, sem se preocupar em checar informações ou as consequências de suas ações.

por Leonardo Sakamoto

São escravos, vêm em aviões negreiros, são incompetentes, indolentes e teve até quem disse que as médicas pareciam “empregadas domésticas” (o fantástico é que a tosca em questão achou que estava ofendendo as doutoras mas, no fundo, rasgava preconceito contra uma suposta aparência de trabalhadoras domésticas).

Muito jornalista também deu voz de forma passiva e servil ao corporativismo médico desmiolado, ou seja, ouviu e transmitiu aberrações sem questionar. Que é a função primordial dele.

Isso alimentou um bando de filhos das classes média e alta, com formação política zero, conhecimento histórico inexistente, pouco senso crítico e zero de autocrítica. Que depois de bem “fundamentados”, levaram seus jalecos brancos para a porta de aeroportos a fim de repetirem o que ouviram.

Em suma, todo e toda jornalista que ajudou a inflar o monstro da xenofobia e do preconceito neste caso ou ao longo dos anos ou se omitiu diante disso tem uma parcela de culpa nesse show de horrores e de vergonha alheia.

Parabéns colegas, a gente é o máximo.

 

Debate sobre os médicos me dá vergonha – Por: Gilberto Dimenstein

“Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas tem uma cara de empregada doméstica”, afirmou a jornalista

Quem é mesmo a escrava?

Por que o CFM tem medo dos médicos cubanos?

 

Fonte: Blog do Sakamoto

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