Adeus a Earl Lloyd, primeiro negro a jogar na NBA

FONTEPor Helder Pinheiro Do Blastingnews
Earl Lloyd, primeiro negro a jogar na NBA, morreu aos 86 anos (Foto: Getty)

Numa época difícil Earl Lloyd foi o primeiro jogador negro a entrar para a NBA. Lloyd abriu a porta para o desporto que, incrivelmente, hoje é dominado por atletas negros. Em 1950 estreou-se a jogar na NBA. Morreu agora aos 86 anos.

A NBA perdeu um de seus símbolos. Earl Lloyd foi o “Martin Luther King” para toda uma geração, o primeiro afro-americano a jogar na NBA. Serviu de inspiração a tantos atletas e ficou conhecido por ter sido um cavalheiro modesto que jogou com habilidade, classe e orgulho. O seu legado sobrevive na melhor liga do mundo, que curiosamente hoje em dia é dominada por atletas negros. Lloyd ajudou muitos a integrar esta família da NBA e agora a liga vai reunir esforços para honrar sempre a sua memória, disse o comissário da NBA.

Earl Lloyd passou muitas dificuldades naquela época, em que o racismo predominava nas mentes dos americanos. O atleta chegou ao ponto de ter sido maltratado, impedido de entrar em restaurantes com os colegas de equipa, ou hotéis onde a própria equipa estava alojada, tudo devido à cor da sua pele. Earl teve de se ir habituando a lidar com estas situações desagradáveis, numa liga com cinco anos de existência onde só jogavam homens brancos. A surpresa aconteceu aquando da nona ronda do draft” onde foi contratado pelos Washington Capitols. Em 1955 Lloyd ajudou o Syracuse Nationals a ganhar o título da NBA. Desta forma, ele e Jim Tucker tornaram-se os primeiros jogadores negros a conseguir alcançar tal feito.

Earl jogou sempre como poste e em 1959, quando tinha 31 anos, acabou a carreira com uma média de mais de 8 pontos, 6 ressaltos e 1 assistências por jogo. Fez 560 jogos e marcou cerca de 460 pontos. E tudo isto ainda quando a NBA estava a nascer. Pouco depois Earl Lloyd foi também o primeiro afro-americano a treinar uma equipa da NBA, quando chegou aos Detroit Pistons em 1971.

Em 2003 foi congratulado com a entrada para o “Hall of Fame”, um quadro de Honra da NBA. Nenhuma advertência o parou, nem mesmo um dos piores preconceitos de sempre como o racismo. Ele foi realmente quem abriu o caminho para nomes como Michael Jordan, Magic Johnson, Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar, numa modalidade que ainda hoje é preenchida por craques como Kobe Bryant e LeBron James. Todos lhe devem e muito, não só a ele como à sua geração.

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