Anderson Silva completa 38 anos hoje

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Anderson Silva, pesagem UFC Rio 10 (Foto: André Durão)

Anderson Silva completa 38 anos no domingo (14). Líder de dez entre dez rankings peso por peso do mundo e com a marca de 16 lutas invictas no UFC, o brasileiro segue como grande unanimidade dentro do octógono e o cara de números a serem superados.

Qualquer que seja o combate, versatilidade, talento e técnica são palavras de ordem para Anderson. Preparei então uma breve dissecação sobre o estilão peculiar do Spider, levando em conta alguns pontos básicos – e tentando não me estender demais no papo puramente técnico.

Em pé
Um dos fatores que transformam bons strikers em um grandes strikers é a plena capacidade de posicionar os pés e o corpo de forma adequada ao se lançar ofensivamente, o que potencializa e dá estilo a cada movimento.

Anderson muda de base com frequência e joga tanto de destro como canhoto. Não é propriamente um golpeador de carga bruta, mas a eficiência e precisão em cada golpe disparado é o diferencial que o classifica como grande nocauteador, além de fortificar a média tentativa/acerto como uma das melhores da modalidade.

Contragolpeador nato, o Spider é um boxeador dinâmico e domina as minúcias de golpear de ângulos diversos. Ele raramente tenta alguma ação sem antes executar algum jab, finta, deslocamento ou tentar ‘assustar’ o oponente para evitar ser contra-atacado. A grande habilidade nas esquivas é outra marca registrada, e funciona como extensão da movimentação solta e propositadamente desleixada.

A confiança adquirida é tanta que o brasileiro sabe ‘ler’ imediatamente qualquer tentativa ou iniciativa dos adversários, além de ter grande arsenal instintivo de respostas quando atacado.

Mesmo com base declarada no muay thai, os movimentos mais curtos e ‘puxadas’ dos chutes de Anderson se assemelham muitas vezes aos do taekwondo, modalidade na qual é faixa-preta desde criança. Neste setor, também incluem os famigerados pisões no joelho, que bloqueiam investidas e garantem distâncias seguras.

A técnica dos clinches/joelhadas típicos do boxe tailandês também é considerada marca registrada. Mesmo deixada de lado nos últimos tempos, foi grande pesadelo para lutadores como Rich Franklin. As esquivas são outra marca registrada, e funcionam na extensão da movimentação solta e propositadamente desleixada, com guarda baixa e queixo para cima ao melhor estilo ‘kamikaze’.

A confiança adquirida é tanta que o brasileiro sabe ler e antecipar com efetividade boa parte das iniciativas dos adversários. Aí também é resultado da forte base psicológica pouco ‘intimidável’ comumente demonstrada pelo brasileiro.

Wrestling
Não chega a ser um ‘calcanhar de Aquiles’, mas é o ponto mais vulnerável do Spider. No começo da carreira no UFC, o brasileiro já se destacava como golpeador diferenciado, mas era levado ao solo ou ‘quedado’ com muito mais facilidade. Esta característica, ainda bastante subjetiva para o lutador, sempre é considerada o ponto de partida para neutralizá-lo.

Com o passar do tempo, Anderson desenvolveu defesas e timing mais confiáveis, devido também ao fato de saber aproveitar melhor entradas e transições nos clinches de muay thai (citados acima).

No chão
Anderson conta com padrão de jiu-jitsu bastante defensivo. Após ser finalizado duas vezes na época do Pride (por Daiju Takase e Ryo Chonan), modificou detalhes, simplificou adaptações e tornou o padrão muito mais sólido. Sabe usar as pernas longas para controlar oponentes na guarda e incorporou habilidades gradativas.

Se no começo de carreira o Spider, como boa parte dos strikers que migram ao MMA, se esmeravam em criar artifícios para ser bom em ‘sair de baixo’, o brasileiro desenvolveu forte instinto neste quesito, que teve como prova cabal o primeiro combate contra Chael Sonnen (UFC 117). O campeão dos médios suportou castigo severo por mais de quatro assaltos com as costas no solo, e ainda achou espaço para finalizar com um triângulo no fim da luta.

Especiais
Outro grande trunfo do brasileiro é sempre contar com um ‘algo a mais’ raro, que aparece em momentos oportunos e sempre valoriza o fator diferenciado que o mantém campeão. Aqui, incluem o antológico chute frontal no queixo de Vitor Belfort, no UFC 126, a cotovelada reversa que liquidou Tony Fryklund, ainda na época do Cage Rage (relembre no vídeo abaixo), e mesmo a joelhada voadora que detonou Carlos Newton, no Pride.

 

 

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