Apenas 3 em cada 10 educadores têm autores negros na grade, diz levantamento

Segundo a pesquisa da Associação Nova Escola, 98% dos entrevistados acham importante debater sobre racismo em sala de aula

FONTECNN, por Silvana Freire
Estudantes em sala de aula da universidade. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Mesmo que 98% dos educadores achem importante debater sobre racismo, apenas três em cada dez trabalham com autores negros em sua grade curricular, segundo a pesquisa da Associação Nova Escola – uma organização de impacto social sem fins lucrativos – cedida com exclusividade para a CNN.

O levantamento ouviu 1.854 educadores, e metade disse já ter presenciado situações de racismo em ambiente escolar. A média dos profissionais pretos e pardos que vivenciaram situações de racismo é maior que a média nacional. Quase 14% dos educadores declararam ter sido vítimas de discriminação; entre pretos e pardos, esse percentual sobe para 23,71%.

Dentre os entrevistados, 47,1% se classificaram como pretos ou pardos, e 78,4% são do sexo feminino. O maior percentual de profissionais que se declararam pretos ou pardos está nas regiões Norte e Nordeste – 75,9% e 74,5%, respectivamente.  No Sul, apenas 24,5% se declararam pretos ou pardos. Já no Sudeste, foram 42,1% e no Centro-Oeste, 55,2%.

Cerca de 85% dos professores sabem que existe uma lei que exige a inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira na grade, mas seis em cada dez professores não sabem ou afirmam que não existe investimento para a promoção dessas disciplinas em suas escolas.

O levantamento mostra ainda que a preocupação em trabalhar o tema Educação Antirracista existe, de acordo com 67,21% dos educadores. No entanto, mais de 55% não souberam responder ou disseram não ter referências da pedagogia africana ou afro-brasileira em sua prática escolar.

Segundo a pesquisa, apenas dois em cada dez profissionais citaram referências de autores usados em sala de aula. Entre os nomes aparecem Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Milton Santos e Djamila Ribeiro.

-+=
Sair da versão mobile