Atriz de “Preciosa” desabafa sobre preconceito sofrido em loja famosa e marca se manifesta

Foto: Gregg DeGuire / Getty Images

Famosa por seu trabalho no longa “Preciosa” e atualmente vista na série “Empire”, a atriz Gabourey Sibide resolveu relatar um incidente ocorrido quando tentava comprar óculos novos em uma loja da Chanel, em Chicago. Segundo a estrela, a atendente da grife tentou dispersá-la a todo custo e só foi tratá-la bem quando outras funcionárias disseram quem ela era.

Foto: Gregg DeGuire / Getty Images

Por Pedro Hosken Do Hugo Gloss

A vitrine de óculos estava próxima à porta. Assim que entrei, cumprimentei a vendedora, que me olhou como se eu estivesse perdida ali. ‘Posso dar uma olhada em seus óculos’, perguntei. ‘Nós não temos nenhum. Nós só temos armações, há uma loja do outro lado da rua que vende óculos’, ela respondeu. ‘Do outro lado da rua?’, perguntei, confusa. ‘Sim. No prédio do outro lado da rua, no quinto andar’. Ela me deu o nome de um cara pra quem eu podia pedir desconto.  Eu não tinha ficado nem um minuto em sua frente e ela já estava literalmente dirigindo-me para outra loja“, recordou Sibide.

Gabourey em cena de “Preciosa”, longa que lhe rendeu indicação ao Oscar de Melhor Atriz (Foto: Divulgação)

Eu adoraria fingir que ela estava sendo educada, e tenho certeza que ela adoraria fingir que ela era educada. Sem olhar pra mim, ela explicou como eu deveria atravessar a rua como se eu estivesse no jardim de infância.  Eu estava tentando comprar óculos, e ela estava tentando interagir comigo o mais rápido possível. Apenas para ter certeza do que estava acontecendo, eu a obriguei a me dizer para sair, do seu jeito educado-fingido, uma três vezes“, prosseguiu a estrela. Segundo Gabourey ela ainda permaneceu na loja porque tinha que olhar uma sandália para a amiga Taraji P. Henson; foi quando outras funcionárias a reconheceram da TV e aquela primeira atendente passou a tratá-la bem. “Assim, fui de um ser inconveniente para uma cliente“.

A estrela lembrou que após sair da loja ficou pensando se deveria ou não preencher aquelas pesquisas de satisfação do cliente de forma verdadeira… “Se eu sou honesta sobre a minha experiência, estou sendo uma pessoa ruim? Tenho que reclamar sobre o terrível serviço quando isso é realmente tudo o que eu já conheci na minha vida? Posso pôr em perigo o trabalho e o sustento de alguém só porque suspeito que ela me tratou como se eu fosse um incômodo baseado na minha aparência? Eu sei logicamente que tenho todo o direito de reclamar, mas estou lutando com a ideia de que eu deveria ser agradável com ela ao invés disso”.

Gabourey como a Becky de “Empire” (Foto: Divulgação)

Por fim, ela ressaltou que essa não foi a primeira, nem a segunda vez em que é tratada mal numa loja.

Isso realmente acontece muito comigo. Minha vida inteira. Tanto antes como depois que me tornei uma atriz reconhecida. Não importa o quão bem vestida eu esteja, eu nunca vou ser capaz de vestir a minha cor da pele para parecer com o que certas pessoas reconhecem como um cliente real. Dependendo da loja, eu pareço uma ladra ou uma perda de tempo. Não parece haver um meio termo entre a não atenção e a demasiada atenção“, lamentou, acrescentando que o seu biotipo também pode interferir nisso.

Gabourey acabou não preenchendo a tal pesquisa de satisfação, mas após a publicação desse desabafo, a empresa em questão resolveu se manifestar. “Chanel expressa nosso pesar sincero pela experiência de serviço ao cliente que Sidibe relatou. Lamentamos que ela tenha se sentido indesejada e ofendida. Estamos investigando para entender o que aconteceu, sabendo que isso absolutamente não está de acordo com os altos padrões que a Chanel deseja oferecer aos nossos clientes. Esperamos que no futuro a Sra. Sidibe volte a optar por uma boutique Chanel e experimente a experiência real do cliente Chanel”. 

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