Ayrson Heráclito – Oferenda à cabeça

Bori performance-art: oferenda à cabeça

O trabalho é compreendido como um ritual poeticamente inspirado na prática de ofertar comidas para a cabeça em cerimônias religiosas de matriz afro-brasileira. Bori: da fusão bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, literalmente traduzido significa “Oferenda à Cabeça”. A ação consiste em oferecer comidas sacrificais a cabeça de doze performance, sendo estes representações vocativas e iconográficas dos doze principais orixás do candomblé. Dar comida para a cabeça é nutrir a nossa alma. Alimentar a cabeça com comidas para os deuses é evocar proteção. Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade.

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas do outro. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.

Registro Fotográfico Marcelo Terça Nada.

Bori – Performance art

 

 {gallery}2012/cabeca{/gallery}

 

 Matérias relacionadas:

Religiões afro-brasileiras produzem direito de resposta coletivo contra TV Record

Chega de Intolerância – Não toquem em nossos terreiros

 

Mapeando o Axé – Pesquisa registrou quatro mil terreiros localizados em quatro das 26 capitais do país

Mãe Stella: Que orixá rege o ano?

Corumbá – Lavagem de escadaria não terá missa na Igreja Matriz

 

 

 

 

 


Ayrson Hecráclito é mestre em Artes Visuais pela UFBA, professor do quadro permanente do Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e pesquisador do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Arte e Patrimônio – GAP, cadastrado no CNPq. Suas obras, que transitam pela instalação, fotografia, audiovisual e performance, lidam com elementos da cultura afrobrasileira e já foram apresentadas em mostras nacionais e internacionais – bienais, salões, exposições individuais e festivais de arte eletrônica, como a 3ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre) e Design 21 (Nova Iorque), ambas em 2001, além da MIP2 (Manifestação Internacional de Performance), em Belo Horizonte, no ano de 2009.

 

Fontes: Bahiamen & Ayrson Heráclito art

-+=
Sair da versão mobile