‘Black Lives Matter’: As três mulheres negras por trás do movimento contra o racismo

FONTEHypeness
As três fundadoras do movimento em protesto recente © Pixabay

Foi chorando lágrimas de indignação por conta da absolvição de George Zimmerman, assassino do jovem negro Trayvon Martin, morto a tiros aos 17 anos, em 2013, que a escritora, professora e ativista Alicia Garza escreveu uma postagem nas redes sociais da qual nasceria um dos mais importantes movimentos sociais e políticos no combate ao racismo da atualidade. “Pessoas negras. Eu amo vocês. Eu nos amo. Nossas vidas importam. Vidas negras importam”, dizia. A artista e ativista Patrisse Khan-Cullors compartilhou a postagem, cunhando a hashtag #BlackLivesMatter; quando viu a hashtag, a escritora Opal Tometi procurou pelas duas mulheres negras e ativistas que começavam a dar voz à indignação de um povo: e nascia o movimento Black Lives Matter, que atualmente em todo o mundo grita em protesto pelo valor das vidas negras contra a violência e o racismo.

Desde o brutal assassinato de George Floyd por um policial nos EUA e das reações, manifestações e protestos que tomaram o país e diversas cidades do mundo, o Black Lives Matter (Vidas negras importam, em inglês) ganhou o centro do debate público internacional. Apesar de ter Garza, Khan-Cullors e Tometi como organizadoras, as três ativistas garantem se tratar de movimento sem organização hierárquica, inspirado na luta pelos direitos civis nos EUA, no black power, no feminismo negro, na luta contra o Apartheid, na África do Sul, na luta LGBTQI+ e no movimento Occupy Wall Street.

“Black Lives Matter é uma intervenção política e ideológica em um mundo onde vidas negras são sistemática e intencionalmente desaparecidas” diz o site do movimento. “É uma afirmação da humanidade das pessoas negras, da nossa contribuição para a sociedade, da nossa resiliência em face dessa opressão fatal”. Trata-se, portanto, também de um movimento em incentivo por mais protestos e mais atos de resistência em luta contra o racismo no mundo todo.

Protesto recente do movimento contra o assassinato de George Floyd © John Minchillo/AP

Cada uma das três lideranças do BLM destaca-se em suas áreas e na luta: Cullors é escritora, oradora e performer premiada; Garza é diretora de projetos especiais do National Domestic Workers Alliance, a principal organização pela dignidade e a justiça para as milhões de trabalhadoras domésticas do país; e Tometi é líder na Black Alliance for Just Immigration, uma organização nacional que advoga pelos direitos do imigrantes e por justiça racial nas comunidades afro-americana, afro-latina, africana e caribenha. As três atuam em diversas frentes, e através do BLM se tornaram também vozes fundamentais na grande mídia pela luta antirracismo e em defesa da dignidade e da vida negra.

“Nosso objetivo é apoiar o desenvolvimento de novas lideranças Negras, assim como de criar uma rede na qual pessoas negras se sintam empoderadas para determinar nossos destinos em nossas comunidades”, diz o site – onde é possível assinar a newsletter para assim se unir ao “movimento pela liberdade, a liberação e a justiça”.

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