Campeões africanos efectuam acertos

O cenário está montado para a estreia de Angola no 16º Mundial Sénior Masculino de Basquetebol. Com seis estreantes, os decacampeões africanos estão a 100 por cento, sem problemas de ordem clínica e à espera do soar do apito para a sua primeira apresentação na prova, diante da Sérvia, amanhã, a partir das 19h00, no “Kadir Has Arena” de Kayseri, pontuável para o Grupo A.

A equipa nacional termina hoje o período de preparação, com mais um apronto, durante o qual o destaque vai ser o aperfeiçoamento dos diagramas defensivos e ofensivos, gestão do esforço e desentorpecimento muscular. Todos os jogadores estão disponíveis, com Olímpio Cipriano e Leonel Paulo perfeitamente integrados e aptos para darem o seu melhor.

Integrados no grupo da Alemanha, Argentina, Austrália, Jordânia e Sérvia, os angolanos têm como meta a melhoria do nono lugar conseguido em 2006, no Japão, sob o comando de Alberto de Carvalho “Ginguba”. Luís Magalhães e pupilos estão conscientes das dificuldades que a prova lhes reserva.

A ausência de jogos de controlo com equipas mais fortes não permitiu ao técnico Luís Magalhães aferir as potencialidades do conjunto. Nos dois meses de preparação, a selecção nacional esteve nos Estados Unidos da América, onde disputou três partidas amigáveis ante mistos de jogadores universitários da Cidade de Los Angeles, vencendo por 127-90, 104-72 e 101-92, competiu no Brasil no Torneio Super Quatro Eletrobrás, realizado na cidade de Brasília, Brasil, onde vergaram o Chile por 80-59 e perderam na final, frente à selecção anfitriã, por 59-89.

Na última etapa da preparação, o cinco nacional estagiou em Itália, onde disputou duas partidas contra o campeão ucraniano, o BC Azoumash Mariupol, com um saldo de uma vitória e uma derrota. Na primeira partida venceu por 80-78 acabando por perder o segundo por 72-85.

Os indicadores da preparação deixam algumas reticências em relação à produção da equipa nacional nesta competição, em que os nossos embaixadores vão precisar de esforços suplementares para ombrearem com as suas principais oponentes na corrida aos lugares de apuramento aos oitavos-de-final.

Na sua sexta presença em provas mundiais, os angolanos entram com a missão de subir mais uns degraus no ranking mundial. De resto, desde a estreia em 1986, Angola vem gradualmente subindo na hierarquia do basquetebol mundial. No baptismo, em Espanha, os angolanos terminaram na 13ª posição, atrás da Argentina, actual líder do ranking mundial.

Em provas mundiais, a primeira derrota aconteceu diante da União Soviética, por 89-51, enquanto a primeira vitória dos angolanos aconteceu frente à Austrália (74-69) na terceira jornada.

Em 1990, na Argentina, Angola voltou a ocupar a 13ª posição numa prova disputada por apenas 16 selecções, enquanto no Canadá, em 1994, o país teve a sua pior presença de sempre, classificando-se na 16ª e última posição.

Angola regressa ao convívio mundial oito anos depois, em 2002, em Indianápolis, por força da não qualificação no africano de Dakar. Os angolanos, sob a batuta do luso-guineense Mário Palma, terminaram a primeira fase no terceiro lugar do grupo A e garantiram presença na fase seguinte, depois de vitória sobre o Canadá (84-74) e derrotas frente à Jugoslávia (63-113) e Espanha (55-88). Na segunda fase, apesar do equilíbrio, a selecção acabou por perder todos os desafios, mas na disputa do 11º e 12º venceu a China, por 96-84, terminando a prova na 11ª posição. Em 2006, no Japão, com Alberto de Carvalho no comando, a equipa nacional entrou para o Top 10, ao posicionar-se na nona posição, com prestações que trocaram os olhos ao mundo.

Apesar das derrotas frente à Espanha (83-93) e Alemanha (103-108 após dois prolongamentos) Angola chegou aos oitaavos-de-final mas perdeu frente à França (62-68) o que a afastou de entrar para a galeria da fama, reservada aos oito melhores do mundo.
Em 2010, com Luís Magalhães a converter-se no quarto seleccionador nacional, depois de Victorino Cunha, Mário Palma e Alberto de Carvalho a nível de campeonatos do mundo, a tarefa é bem mais espinhosa, por tudo quando atrás asseverámos. Mas como a esperança é a última a morrer, a ver vamos.

 

 

Fonte Jornal de Angola

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