Cardeal africano defende preservativo e aposta em papa negro

Fonte: Jornal Agora –

O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Gana) e relator do segundo Sínodo de Bispos para a África, disse ontem que a Igreja Católica está preparada para ter um papa negro e defendeu o uso do preservativo por casais caso um dos cônjuges tenha Aids.

Turkson participa do debate de três semanas sobre o Vaticano, o papel da Igreja Católica na África e a situação do continente. O continente é o local onde a religião católica cresce mais rapidamente. Nos últimos 30 anos, o número de fiéis africanos praticamente triplicou, chegando a 150 milhões de pessoas.

Em uma entrevista a jornalistas, Turkson foi questionado se já é hora de um papa negro, principalmente após a eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. “Por que não?”, respondeu Turkson, dizendo que todo homem que vira padre deve estar disposto a ser papa. Ele ressaltou ainda que há diversos líderes mundiais negros, como Obama e o ex-secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) Kofi Annan. “Se Deus quer ver um homem negro como papa, agradeçamos a Deus”, disse. “Chances existem”, completou.

Turkson se mostrou ainda favorável ao uso do preservativo por casais caso um dos dois esteja contaminado pelo vírus da Aids, mas bateu na tecla da fidelidade, após ser questionado sobre o que a Igreja pode fazer para lutar contra a Aids em um continente como a África, onde 27 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV. Ele disse que recomendaria a abstinência sexual para uma pessoa com Aids ou o uso do preservativo no caso de um casal.
Em março, a caminho de Camarões, o papa Bento XVI disse aos jornalistas que o acompanhavam em seu avião que a Aids “não se combate só com dinheiro, nem com a distribuição de preservativos, que, ao contrário, aumentam o problema”.

 

Matéria original

-+=
Sair da versão mobile