Chica da Silva – O musical

FONTEDo Sapo Cultural
Foto: Imagem retirada do site Sapo Cultural

Indicado aos prêmios Shell (Melhor Atriz para Vilma Mello) e Cesgranrio (Melhor Atriz em Musical para Vilma Mello e Direção Musical para Alexandre Elias), espetáculo estreia nova temporada dia 09 de março, no Teatro Sesi, no Centro.

Com direção de Gilberto Gawronski e texto de Renata Mizrahi, musical celebra a força da mulher negra brasileira com inspiração na história da escrava alforriada que virou mito nacional.

A força da mulher negra brasileira foi construída a partir de séculos de batalhas, conquistas, decepções e sonhos. O desejo de levar à cena essa impactante trajetória, que inclui discussões sobre gênero, raça e cultura afro, motivou a montagem de Chica da Silva – O musical. O espetáculo ganha curta temporada de 9 de março a 8 de abril, no Teatro Sesi, no Centro (quintas e sextas, às 19h30, e sábados, às 19h).

Com direção de Gilberto Gawronski, texto de Renata Mizrahi e pesquisa de Daniel Porto, a peça é protagonizada pela atriz Vilma Melo, no papel de Chica da Silva. Alexandre Elias assina a direção musical e a direção de produção é de Alexandre Lino. Chica da Silva – O musical estreou em setembro de 2016, no Centro Cultural Correios. Sucesso de público e de crítica, a montagem está indicada aos prêmios Shell (Melhor Atriz para Vilma Mello) e Cesgranrio (Melhor Atriz em Musical para Vilma Mello e Direção Musical para Alexandre Elias).

O projeto começou a tomar forma quando o ator, diretor e produtor Alexandre Lino montou a exposição Cacá Diegues – Cineasta do Brasil, na Caixa Cultural Rio de Janeiro, em 2013. Na ocasião, teve oportunidade de rever o clássico Xica da Silva, protagonizado por Zezé Mota, que Cacá Diegues lançou em 1976, baseado no livro homônimo de João Felício dos Santos. Tanto o longa-metragem quanto o romance comemoraram quatro décadas em 2016. Lino achou que era o momento propício de a história chegar aos palcos cariocas. “É uma grande homenagem ao mito e a negritude brasileira. Vamos comemorar os 40 anos do lançamento filme e 20 anos da novela Xica da Silva”, disse o produtor.

“O Daniel Porto, parceiro meu em diversos trabalhos, fez uma extensa pesquisa histórica, depois a Renata Mizrahi fez um paralelo entre este ícone brasileiro e as batalhas das mulheres negras contemporâneas”, explica Lino. “Apesar dos inúmeros avanços que conquistamos desde o século 18, essas mulheres ainda encontram muita opressão tanto nos ambientes profissionais quanto em suas relações afetivas”.

A TRAMA

Renata Mizrahi criou três planos diferentes. No passado, o musical resgata momentos da biografia de Chica da Silva, escrava alforriada que viveu durante anos uma relação estável com o rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira, teve treze filhos e conquistou uma posição de destaque na conservadora sociedade do século 18. No presente, a história de Chica da Silva é representada pela mulher negra que ocupa espaços importantes na sociedade, vive um momento especialmente importante de conquistas femininas e sonoridade, mas ainda enfrenta uma série de preconceitos nos âmbitos pessoal e profissional. O terceiro plano é o da imaginação, mostra a vida como a personagem gostaria que ela fosse, com cenas de uma mulher amada, que jamais sofreu preconceito.

“A peça distancia Chica da Silva daquela mulher devoradora de homens a qual muitas vezes é associada, e a aproxima da mulher negra do século 21, que ainda tem que lidar com injúrias raciais em sua vida cotidiana e, muitas vezes, precisa se ‘embranquecer’ para ser aceita”, descreve a dramaturga. O que levou o diretor Gilberto Gawronski a aceitar o convite para dirigir a montagem foi justamente esse paralelo com a atual luta feminina, além de discussões instigantes sobre as raízes brasileiras. “Não me interessa uma investigação sobre a vida pessoal de Chica da Silva, mas uma dramaturgia que explore os temas de libertação, negritude e cultura brasileira, que é o que nós vamos fazer”, observa o encenador.

No elenco estão Vilma Melo, Ana Paula Black, Antônio Carlos Feio, Luciana Victor e Tom Pires. “Por um lado, é muito prazeroso interpretar uma personagem que já está no imaginário dos brasileiros, que é um ícone em termos de atitude feminina; por outro é um desafio desconstruir este mito e criar esse paralelo com essas questões das mulheres contemporâneas que ainda sofrem muito no dia a dia”, analisa a protagonista Vilma.

O diretor musical Alexandre Elias reúne, no espetáculo, canções originais com muita presença de percussão, evocando a ancestralidade da raça negra, e sucessos como Xica da Silva, de Jorge Ben Jor. Em cena, atores são acompanhados da banda formada por Di Lutgardes, Reginaldo Vargas, Victor Durante e Tássio Ramos. As figuras dos orixás serviram de inspiração para o cenário e o figurino de Karlla de Luca. O iluminador Renato Machado completa o time criativo, que vai mostrar no palco traços ancestrais em uma linguagem contemporânea.

Chica da Silva – O musical

Temporada: de 9 de março a 8 de abril de 2017.
Teatro Sesi: Avenida Graça Aranha, 1, Centro.
Telefone: (21) 2563-4168.
Dias e horários: quintas e sextas, às 19h30, e sábados, às 19h.
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).
Lotação do teatro: 338 lugares.
Duração: 1h10.
Classificação indicativa: 16 anos.
Funcionamento da bilheteria: De segunda a sexta, das 12h às 20h.
Sábados e feriados, a partir de duas horas antes do espetáculo

FICHA TÉCNICA

Texto: Renata Mizrahi
Direção: Gilberto Gawronski
Idealização: Alexandre Lino
Pesquisa: Daniel Porto
Elenco: Vilma Melo, Antônio Carlos Feio, Ana Paula Black, Luciana Victor e Tom Pires
Diretor Musical: Alexandre Elias
Músicos: Di Lutgardes, Reginaldo Vargas, Victor Dutra e Tássio Ramos
Assistente de direção musical: Victor Dutra
Preparação Vocal: Ananda Torres
Direção de Movimento: Carlos Muttalla
Assistente de Direção: Renato Krueger
Iluminação: Renato Machado
Cenário: Karlla de Luca
Figurinos: Karlla de Luca
Desenho de som: Rossini Maltoni
Programação Visual: Guilherme Lopes Moura
Fotos e Vídeos: Janderson Pires
Visagismo: Sandra Moscatelly
Cenotécnico e Pintura de Arte: Emphorium Carioca
Costureira: Maria Helena
Operador de Luz: Kelson Alvarenga e Diego de Assis
Operador de Som e Microfonista: Kelson Santos Alavrenga
Bilheteria: Equipe Cineteatro
Direção de Produção: Alexandre Lino
Produção Executiva: Daniel Porto, Mariana Martins e Tom Pires
Assistente de Produção: Renato Krueger
Coordenação – Lei Rouanet: Jessica Santiago e Mariana Martins
Prestação de contas: Jéssica Santiago
Assessoria jurídica: André Siqueira
Homenagem especial: Zezé Motta
Realização: CINETEATRO PRODUÇÕES

Foto em destaque: Reprodução/  Sapo Cultural

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