Corpo do ator Zózimo Bulbul será sepultado hoje no Rio

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O ator e cineasta Zózimo Bulbul vai ser enterrado nesta sexta-feira (25) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária da cidade. Zózimo, que foi dos maiores militantes da cultura negra do Brasil, morreu na quinta-feira (24) aos 75 anos. Amigos e admiradores estiveram no velório, na Câmara Municipal, na Cinelândia, Centro do Rio.

Zózimo participou de mais de 30 filmes. Carioca, nascido em Botafogo e estudante de contabilidade na juventude, Zózimo foi presença em obras históricas do cinema brasileiro como “Cinco Vezes Favela”, “Quilombo”, “Terra em Transe”. Na televisão atuou em novelas e minisséries. O ator foi o primeiro negro protagonista de uma novela brasileira. Em 1969 ele fez par romântico com Leila Diniz na novela “Vidas em Conflito”, da extinta TV Excelsior.

Bulbul trabalhou até novembro do ano passado. “É um sentimento horrível, horroroso, mas o que existe agora é um grande alívio, pois ele estava sofrendo muito. Tenho a certeza de que ele lutou muito, o tempo todo, e se orgulhava muito de todas as coisas que conquistou em vida. É um guerreiro, um rei africano”, comentou a viúva de Zózimo, Biza Vianna.

Corpo de Zózimo Bulbul é velado no Rio, nesta
quinta-feira (24) (Foto: Henrique Porto/G1)

Nos últimos seis anos, Zózimo se dedicou ao Centro Afrocarioca de Cinema, na Lapa, no Centro do Rio, do qual era o presidente e promovia encontros com cineastas da África e do Caribe. Considerava que era uma forma de resistência e de valorização da cultura africana no Brasil. “Minha ficha ainda não caiu. Por enquanto ainda estou reagindo de uma maneira prática a tudo isso. Mas é muito doloroso perder o Zózimo desta maneira. Ele tinha uma força de viver muito grande. Acho que é exatamente isso que está unindo as pessoas neste momento”, completou Monalisa Alves, que trabalhava com o diretor no Centro Afrocarioca de Cinema há três anos.

Em 1969, Bulbul atuou em “Vidas em Conflito”, da TV Excelsior, se tornando o primeiro negro a ser protagonista de uma novela brasileira. Foi ainda um dos principais atores do cinema novo. Ele é um dos ícones negros dos anos 1960 pelos trabalhos na TV e no cinema. Zózimo Bulbul também dirigiu filmes importantes, como “Abolição” e o curta “Alma no olho”, que faz uma metáfora sobre a escravidão e produzia o festival de cinema negro.

 

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