Crise e racismo

Vários casos de denúncia racista têm vindo a público ultimamente, sempre com alusão a macacos. Há poucos dias, um gerente de um restaurante no Rio de Janeiro ofereceu bananas a três entregadores de bebidas negros, dizendo em tom jocoso estar prestando uma homenagem ao Dia da Consciência Negra.

Por casos de racismo via Guest Post para o Portal Geledés

Jogadores brasileiros também sofreram casos parecidos. No ano passado, o lateral Daniel Alves, do Barcelona, se preparava para bater um escanteio quando uma banana, atirada por um torcedor, caiu ao seu lado. O jogador então pegou a banana do chão e comeu. O caso, além de ter gerado fortes repercussões, originou uma campanha (que depois se relevou uma ação de marketing): somos todos macacos.

Cientificamente comprovado, os seres humanos são uma espécie evoluída dos primatas e originários do macaco. Porém, chamar um ser humano de macaco é colocá-lo em uma posição inferior, já que o macaco é um animal primata, abaixo da cadeia evolutiva da espécie humana. Em outras palavras, fazer alusão aos negros utilizando a representação de uma banana é uma forma racista e cruel de colocar os brancos como seres superiores aos negros.

Somos todos seres humanos, mas, como negros, historicamente vivemos em posição de desigualdade. Há um abismo de diferenças sociais e econômicas e uma onda de violência e injustiça contra a população negra, que precisam ser combatidas diariamente se quisermos viver em um mundo mais justo e igualitário.

As agressões a templos de religiões de matrizes africanas, como ocorridas no fim da semana passada em Brasília, as humilhações aos imigrantes africanos e haitianos e outras demonstrações de intolerância que temos presenciado no Brasil, nos faz lembrar o período da 2º Guerra Mundial, quando o racismo foi um dos principais elementos que levou a humanidade àquele conflito, culminando na morte de mais de 07 milhões de judeus, ciganos entres outros.

Quando as lições do passado não são assimiladas, em geral, a história tende sempre se repetir.

 

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