Dilma pode escolher uma mulher para chefe do Ministério Público

As chances de que a presidente Dilma Rousseff escolha uma mulher para o cargo de Procuradora Geral da República são de dois para um. O posto ocupado há quatro anos por Roberto Gurgel ficará vago em julho e, na lista de candidatos a serem encaminhados à seleção da presidente, há duas mulheres e apenas um homem.

Entre os nomes que serão levados à presidente estão os das subprocuradoras Ela Wiecko e Débora Duprat. O outro candidato ao cargo, no entanto, é o sub-procurador Rodrigo Junot – o mais votado entre os cindo candidatos, segundo consulta feita em abril pela ANPR – Associação Nacional dos Procuradores da República.

Não há previsão legal para que a presidente siga a lista da Associação, mas tornou-se tradição desde o governo Lula indicar um dos nomes da lista tríplice votada pelos procuradores.

Na disputa desta vez, a diferença de votos entre os três integrantes da lista foi pequena: Junot obteve 511 votos, Wiecko, 457, e Duprat, 445. Sandra Cureau, que também concorreu, recebeu 271 votos e não terá o nome levado ao Planalto.

Preferência feminina – Embora Junot tenha obtido maior número de votos, nada impede que Dilma marque sua passagem pelo governo com a escolha de uma mulher para comandar pela primeira vez o Ministério Público. Neste caso, Ela Wiecko pode ter a preferência, por sua forte atuação na área de Direitos Humanos. Sub-procuradora desde 92, Wiecko já esteve na última lista tríplice, em 2011, mas foi vencida por Gurgel, que acabou reconduzido ao cargo por mais dois anos.

Déborah Duprat também é nome forte entre os colegas, uma vez que já ocupa o cargo de vice-procuradora geral desde 2009, chegando até a substituir Gurgel no Supremo em sessões do julgamento do mensalão. Pode pesar contra ela justamente a proximidade com o Gurgel, que passou a ser visto como algoz dos mensaleiros, ao lado de Joaquim Barbosa.

Rodrigo Junot – preferido entre os colegas, é sub-procurador desde 2003; como Gurgel, presidiu a ANPR, e também integrou a última lista tríplice apresentada ao Planalto pela Associação.

Despedida sem triunfo – Roberto Gurgel foi indicado por Lula em  junho de 2009 e assumiu o comando do Ministério Público após sabatina no Senado em julho do mesmo ano. Foi mantido no cargo por Dilma em 2011, mas passou a enfrentar críticas pela demora no andamento de casos envolvendo políticos, principalmente após o escândalo Cachoeira.

Tornou-se o chefe da acusação contra os réus do mensalão, boa parte deles petistas – embora o parecer levado ao STF tenha sido elaborado por seu antecessor, Antônio Fernando de Souza. Em fevereiro deste ano, após acusações feitas contra Lula pelo publicitário e pivô do mensalão, Marcos Valério, Gurgel encaminhou ao MP de Minas Gerais denúncia contra o ex-presidente, que o nomeou para o cargo.

O Procurador Geral não deve participar da última etapa do julgamento da Ação Penal 470 – o mensalão – já que terá deixado o posto quando o STF se reunir para apreciar os últimos recursos dos réus, o que está previsto para ocorrer em agosto.

 

 

Fonte: R7

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