Dossiê Afrofuturismo: saiba mais sobre o movimento cultural

FONTEPor LUIZA BRASIL, do MEQUETREFISMOS
(Foto: Imagem retirada do site MEQUETREFISMOS)

Imagine uma viagem ao futuro, com elementos hi-tech, mas ao mesmo tempo com toques de ancestralidade. Assim podemos entender o Afrofuturismo, movimento pluridisciplinar que utiliza a música, as artes plásticas, a moda, entre “otras cositas más”, e que estabelece o encontro entre a história, o resgate da mitologia e cosmologias africanas com a tecnologia, a ciência, o novo e inexplorado.

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HISTÓRIA:

O Afrofuturismo surgiu na década de 60, em paralelo a efervescência da cultura Beatnik, que, por sinal, era forte entusiasta de ritmos afro-americanos. Um dos pioneiros do movimento afrofuturista foi o compositor de jazz, poeta e “filósofo cósmico”, Sun Ra:

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O pseudônimo usado por Herman Poole Blount pontua um dos principais tópicos do movimento: a conexão com o passado, com o místico e primitivo. Afinal, o “Sun” nada mais é do que o regente, o poder, a luz e “Rá” é o Deus da mitologia egípcia que representa o atro-rei. O artista faleceu em 1993:

Porém, apenas em 1994, o Afrofuturismo tornou-se de fato um movimento cultural, graças ao escritor americano Mark Dery , que trouxe para um ensaio batizado Black To The Future: ficção científica e cybercultura do século XX a serviço de uma apropriação imaginária da experiência e da identidade negra, a definição da estética futurista afro.

O ambiente que surge do descompasso entre o fim das guerras civis na África e a reconstrução das cidades atingidas, fizeram com que artistas africanos comoKia Henda e Nástio Mosquito criassem as suas próprias interpretações e acrescentassem ao debate a importância da extinção do conceito da imagem do negro como pejorativamente exotizado, que muitas vezes é retratado por Hollywood. “Mostro como identificam o exotismo no africano e como isso propagou a imagem do negro, do preto, do tribal, o que constrói todo o preconceito.”, disse Mosquito, em matéria publicada na Folha de S. Paulo em 2010.

Kia Henda e Nástio Mosquito (Foto: Imagem retirada do site MEQUETREFISMOS)

Mas se por um lado a indústria cinematográfica americana conseguiu propagar a imagem do africano como exótica, alguns artistas contemporâneos da terra do Tio Sam também ajudaram a desmistificá-las. Nomes como Outkast e Janelle Monáe conseguiram levar o conceito para o mainstream de forma bastante positiva, inserindo elementos do jazz, ficção científica e psicodelia tanto em seus trabalhos, quanto na estética:

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Em 2014, o movimento ganhou um evento no MoMA PS1, o Moondance, que celebrou a cultura afrofuturista a partir da leitura, dança e experiências de música ao vivo, sempre fazendo valer a ideia da liberdade de expressão, autoconfiança e empoderamento.

ESTÉTICA:

– Referências ao misticismo, primitivo e a mitologia africana:

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Roupas sobrepostas, alongadas e com várias camadas:

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– Elementos com mood Sci-Fi:

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Cabelos descoloridos:

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Metais/Specchio:

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– Makes em tons de azul e roxo:

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OUTRAS INSPIRAÇÕES:

Para ler: Octavia Butler e Ytasha Womack.

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Para ver: Basquiat e Spike Lee.

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Para vestir: Project Tribe  e DaoLondon.

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Para ouvir: Parliament, Funkadelic

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Grace Jones, Jimi Hendrix, Miles Davis.

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Literalmente, um novo começo de era: fino, elegante e sincero.

Foto em destaque: Reprodução/ MEQUETREFISMOS

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