Em defesa do PIBID

O PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) é um dos maiores programas de iniciação a docência dos últimos anos, tendo em vista a complexidade da mesma.

Enviado por Rafael Jose Nogueira, via Guest Post para o Portal Geledés

O PIBID foi idealizado e iniciado em 2007, inicialmente visava estimular o interesse dos candidatos nas áreas das licenciaturas em: Física, Química, Biologia e Matemática. Uma vez que essas áreas possuíam e possuem uma enorme carência no ensino básico. Não demorou muito com o andar do projeto para se ver que o problema da falta de professores não era apenas nessas áreas e sim em todas as licenciaturas.

Sabemos que existem áreas que a falta de docente é maior que outras. No entanto teve-se clareza que o atual modelo da formação de professores precisava ser mudado, seja qual área fosse. Assim, o PIBID ampliou-se pelo Brasil e hoje alcança entre bolsistas, coordenadores e supervisores mais de 90 mil pessoas. O programa funciona da seguinte forma: os bolsistas são selecionados e juntamente com seus coordenadores e supervisores constroem projetos e depois aplicam com os alunos tanto no nível fundamental, como no nível médio e até nos iniciais e no ensino infantil, no caso de Pedagogia. A bolsa se dá na forma de dinheiro depositado na conta dos bolsistas no valor de 400,00 reais.

É importante esclarecer que não se trata de uma “Bolsa Licenciatura”, pois o projeto foi traçado de tal forma que universidade e escola elaborassem projetos que deixassem bem delineados o caráter pedagógico e de iniciação a docência. Deste modo o objetivo não é o valor da bolsa e sim uma melhor formação de professores. A bolsa é apenas a valorização dos licenciandos e professores que trabalham por uma educação melhor. Como pibidiano posso falar com propriedade que o projeto aproxima a universidade das escolas, proporcionando novas atividades e modos de pensar a educação. Os alunos das escolas contempladas com o PIBID se sentem valorizados e estimulados na sua caminhada no ensino básico, a escola ganha novo fôlego com o projeto, os licenciandos tiram muitos aprendizados e experiências, em resumo todos saem ganhando. Porém no ano passado, marcado pela crise econômica, fomos surpreendidos com a ameaça de corte e de extinção do programa.

O cenário para este de 2016 continua muito preocupante. O que era ameaça de corte se concretizou em realidade. Licenciandos estão sendo cortados neste inicio de ano.

Devemos lutar para que essa situação lamentável que só prejudica a educação não continue e que o PIBID volte a ser um instrumento em prol da educação. Para finalizar queria dizer que não posso afirmar que serei o melhor docente do mundo, mas posso falar que o PIBID me tornou uma pessoa muito mais segura e confiante em relação à  construção do ser professor. O PIBID dá provas que merece continuar.

** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

 

 

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