O zagueiro Danilo enfim se pronunciou após a polêmica com o zagueiro Manoel, do Atlético-PR. Em entrevista coletiva na Academia de Futebol nesta sexta-feira, o jogador admitiu o erro ao chamar o rival de “macaco” e pediu desculpas publicamente pelo ato. Emocionado, o palmeirense também afirmou que não pode ser considerado um marginal e lamentou a repercussão negativa do caso.
“Estou aqui de cara limpa para pedir desculpas ao Manoel. O que eu fiz não se faz com outro ser humano. Estou arrependido. Num ato de nervosismo perdi a razão e fiz toda aquela cag… Sei que estou errado, mas não sou um bandido, um marginal. Sou um pai de família e preciso ser tratado desta forma”, declarou Danilo, surpreso com a proporção atingida pelo ato.
“Achei que o assunto ia morrer no campo, como o próprio Manoel disse após o jogo. A gente só acompanha esses casos na televisão. Tanto, que me falaram na própria delegacia que estavam lá para prender bandido e não palavreado hostil dentro do gramado. Mesmo assim, sei que errei tanto em cuspir na cara dele como no xingamento. Aquele lá não era o verdadeiro Danilo”, completou.
A polêmica aconteceu no primeiro tempo da partida entre Palmeiras e Atlético-PR, pelas oitavas de final da Copa do Brasil na última quinta. Após levar uma cabeçada de Manoel, Danilo disparou uma cusparada na cara do rival e também gritou “Seu macaco do c…”.
Após conversar com a diretoria do clube paranaense, Manoel decidiu ir ao 23º Distrito Policial de São Paulo, próximo ao Palestra Itália, para denunciar o jogador alviverde. A polícia instaurou um inquérito de injúria qualificada com emprego de racismo, que pode render de um a três anos de prisão.
“Não tive nem tempo de pensar nisso ainda [possibilidade de ir preso]. A palavra macaco foi errada e imprópria. Ele me xingou, assim como é normal no futebol e deveria ter mais sangue frio. Faltei com o respeito com ele e errei. Mas não sou esse jogador racista e polêmico como todos estão dizendo”, ressaltou o camisa 23.
Danilo também terá que responder por suas ações no STJD. O jogador pode pegar até 22 jogos de suspensão já que responderá pela cusparada (punição de seis a 12 partidas) e pelo ato discriminatório (cinco a dez jogos). Já Manoel responderá por ato hostil (pela cabeçada e por uma pisão no palmeirense), com punição máxima de seis confrontos pelos dois atos.
“Agora terei que pagar por isso e sei que devo enfrentar uma suspensão. Só tenho a lamentar porque posso ficar sem ajudar o Palmeiras durante boa parte da Copa do Brasil e era algo que eu queria muito”, concluiu o atleta, que pode pegar uma pena mínima de seis partidas.
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