Enem: dez temas de atualidades que são importantes para a prova

Guerra na Ucrânia, desmatamento e disputa entre EUA e China estão entre as questões destacadas por professores

FONTEO Globo, por Bruno Alfano
Getty Images

Saber o que está acontecendo no mundo é fundamental para quem vai fazer o Enem. Professores afirmam que esse conhecimento é importante não só para a Redação, mas também para a contextualização de questões em todas as disciplinas. Por isso, o GLOBO listou dez temas da atualidade importantes para os candidatos.

As sugestões foram dadas e contextualizadas por David Gonçalves, do Colégio e Curso AZ, Caio Calixto, coordenador da 3ª série e pré-vestibular e professor de Geografia do Colégio Matriz Educação; Luiz Espírito Santo, do professor de Geografia do colégio Mopi; e Rogério Silveira, professor de geografia do Stoodi.

Guerra da Ucrânia

Em função de todas as consequências geopolíticas, econômicas, energéticas e sociais desde o início da guerra, a guerra no continente europeu é um tópico que oferece amplo repertório de assuntos relacionados e que podem ser cobrados.

Desigualdade social e pandemia

A pandemia de Covid-19 desorganizou as sociedades mundo afora. Em geral, houve uma ampliação das desigualdades sociais no Brasil e no mundo, sobretudo nos países onde o Estado atuou pouco e/ou mal, não garantindo recursos para que a população, especialmente em seus extratos socioeconômicos mais empobrecidos, conseguisse sobreviver nos períodos mais críticos de transmissão do vírus.

Questões indígenas

Dois acontecimentos colocam este tópico em destaque: mais de 6 mil indígenas protestaram em abril no Congresso Nacional, defendendo a demarcação de terras e se colocando contra a atividade de mineração em terras indígenas. Além disso, os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no meio do ano, reforçou o debate sobre este tema.

Desmatamento

Há o avanço da soja no Matopiba (região formada pelos remanescentes de Cerrado nos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia), a destruição no sul da Amazônia para o avanço da pecuária extensiva e o fato de a União Europeia se recusar a importar produtos do nosso agronegócio proveniente de regiões desmatadas.

Preços dos combustíveis

Desde o segundo semestre de 2021, mas principalmente no primeiro semestre de 2022, os combustíveis no Brasil sofreram sucessivos aumentos nos preços e isso levantou questionamentos sobre a política de preços no Brasil e a influência de fatores internacionais.

Produção de alimentos e fome

Há, no Brasil, um elevado paradoxo entre grande produtividade e faturamento do agronegócio e aumento da insegurança alimentar o Brasil. Como pode o país que mais produz alimentos no mundo ter mais de 30 milhões de habitantes – aproximadamente 1/7 da população – em insegurança alimentar severa? É importante estar atento ao fato de que o Brasil voltou ao mapa da fome e, hoje, 33 milhões brasileiros estão passando fome.

Geopolítica entre EUA e China

Ainda com as acusações mútuas na chamada guerra comercial entre os dois gigantes da economia mundial, as relações entre EUA e China, em 2022, foram colocadas em xeque pela Guerra da Ucrânia. Houve ainda a visita de Nancy Pelosi, congressista de primeiro escalão dos EUA, a Taiwan.

Chuvas e secas

Estamos vivendo um período de La Niña. Quando isso ocorre, em geral, acontece uma elevação dos índices de pluviosidade nos períodos chuvosos. Isso pode trazer vantagens, como aumento da produtividade agrícola para subsistência no semiárido nordestino, mas também agrava a temporada de furacões (Atlântico Norte), tufões (Pacífico Oriental e sul da Ásia) e ciclones (Oceano Índico), além de tornar muito mais pluvioso o período Primavera-Verão no Brasil. Neste ano, o Brasil ainda viveu diversas tragédias ambientais, como deslizamentos em Petrópolis (RJ) e inundações no Nordeste.

Trabalhadores informais

Com o agravamento da crise econômica no Brasil pela pandemia e por escolhas inadequadas na gestão da crise, houve uma ampliação do desemprego, do subemprego e do desalento. Atualmente, são 39,3 milhões de pessoas trabalhando sem carteira assinada ou por conta própria, sem direito a seguro-desemprego, previdência social e nem a licença médica remunerada.

Sistemas públicos de saúde

Com a pandemia de Covid-19, a relevância dos sistemas de saúde pública no Brasil e no mundo ficou evidente. O SUS, mesmo com poucos investimentos, foi crucial para que as consequências da pandemia não fossem ainda mais graves. Países como França, Canadá, entre outros, com sistemas de saúde pública altamente capilarizados em seus territórios, tiveram desempenhos bem melhores no atendimento direto às suas populações. Por fim, os Estados Unidos, país onde não há um sistema público de saúde e em que predominam os serviços privados, teve o pior resultado mundial em termos de contágio e de mortes, situação surpreendente para a nação mais rica e tecnologicamente desenvolvida do mundo.

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