Estado elabora ações para ampliar atendimento às pessoas com doença falciforme

Devido à incidência de pessoas com anemia falciforme nas comunidades quilombolas em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) formulou ações para o atendimento dos pacientes com a doença, em parceria com as secretarias municipais de Saúde e o Hospital Universitário (HU).

Segundo Guadalupe Sales, coordenadora da Atenção Ambulatorial Especializada da SES, o diagnóstico da doença, mais comum na população afrodescendente, é feito através do teste do pezinho nos recém-nascidos, associado à eletroforese da hemoglobina e ao exame físico, antecedentes clínicos e genotipagem dos pais.

“Mas, só se descobre a anemia falciforme através do teste do pezinho com a triagem neonatal na fase II”, informou a gestora, acrescentando que a rede de atenção básica dos municípios faz o teste somente na fase I. “Um dos nossos propósitos é auxiliar os municípios na ampliação para a fase II”.

O Hospital Universitário já está em processo de ampliação para a fase II da triagem neonatal. “O atendimento no HU é porta aberta e é realizado no Ambulatório de Hematologia Pediátrica e Adulto, mas somente até os 18 anos de idade, após esta faixa etária os pacientes são encaminhados ao Hemose [Centro de Hemoterapia de Sergipe]”, informou Guadalupe Sales.

Conforme a coordenadora da Atenção Ambulatorial Especializada da SES, o atendimento no Hemose é realizado no ambulatório de doenças benignas do sangue e destinado somente para usuários acima de 18 anos ou para complicações pediátricas. São cerca de 160 pacientes atendidos por mês no Hemose.

No Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case) são dispensados os medicamentos quelantes de ferro e hidroxiureia. Outros medicamentos, como ácido fólico, penicilina profilática, sulfato ferroso, analgésicos e antiinflamatórios são dispensados pela atenção básica dos municípios.

Situação

Segundo a coordenadora geral da Sociedade de Apoio às Pessoas com Doença Falciforme, Maria do Céu Vieira Santos, existem em Sergipe 400 pessoas em tratamento. No estado, são 15 comunidades quilombolas e praticamente todos sofrem com a anemia falciforme, cerca de 90% desta população, informou. Ela acrescentou que em 2010 completam 100 anos do primeiro diagnóstico da doença, que ainda não tem cura.

As 15 comunidades quilombolas estão localizadas nos municípios de Canhoba, Capela, Poço Redondo, Porto da Folha, Cumbe, Japoatã, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras, Japaratuba, Brejo Grande, Frei Paulo, Santa Luzia do Itanhy, Amparo de São Francisco, Indiaroba e Aracaju.

Além da ampliação para fase II do exame no HU e nos municípios, a SES tem como propósitos de ações para controle da doença falciforme a definição dos responsáveis pela coleta e busca ativa dos casos confirmados nos municípios; a educação permanente dos profissionais do Hemose, através da Fundação Estadual de Saúde (Funesa); a ampliação dos ambulatórios nos serviços especializados e a implantação do Aconselhamento Genético no HU.

 

 

Fonte: Faxaju

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