Festival Latinidades celebra existência das mulheres negras e a promoção do bem viver

Em Brasília, evento acontece de 6 a 9 de julho no Museu Nacional da República, de graça, confira a programação

FONTEDo Brasil de Fato
A ideia do festival é marcar o 25 de julho, data que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (Foto: Divulgação / Festival Latinidades)

Com mesas de debates, oficinas, vivências e apresentações culturais, o Festival Latinidades Edição Brasília começa nesta quinta-feira, 6, e segue até o domingo, 9. Pela primeira vez, o maior festival de mulheres negras da América Latina acontecerá em quatro estados do país, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, com programação que compreenderá todo o mês de julho.

A abertura do evento, será em Brasília com entrada gratuita, para celebrar as mulheres negras e a promoção do bem viver. A ideia do festival é marcar o  25 de julho, data em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – e tem como objetivo fortalecer a identidade, a formação política e estimular a produção cultural, artística e intelectual das mulheres negras

“O Festival Latinidades tem uma grande importância por ter sido um projeto que popularizou o 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em Brasília e em muitos outros lugares do Brasil. É um projeto continuado de 16 anos que articula ações de promoção da igualdade de raça e gênero, por meio do potencial transformador da arte e da cultura, dialogando com todos os setores da sociedade. O Festival provoca, monitora e propõe políticas públicas de equidade para mulheres negras, ao mesmo tempo que mostra para o Brasil que no Distrito Federal existe muito mais do que a Esplanada dos Ministérios – há 58% de população negra, que é potente, contribui para sociedade e que precisa ser visibilizada”, afirmou Jaqueline Fernandes, idealizadora do Festival Latinidades e presidenta do Instituto Afrolatinas.

Criado em 2008, o Latinidades se consolidou como uma plataforma que incentiva e dá visibilidade à produção dessas mulheres nas mais diversas áreas, gerando emprego e renda. De acordo com a organização do festival, em dezesseis anos o projeto alcançou mulheres de todo o mundo com formações, arte e temas importantes para o bem viver. 

Este ano, o Festival Edição Brasília recebe nomes como Carla Akotirene de Salvador, Joyce Cursino de Belém e Ravena do Carmo de Planaltina DF, mulheres negras que se destacam pela potência em suas trajetórias.

“Eu tô bem feliz de estar participando deste espaço que abrange tanta gente e proporciona visibilidade para que a gente apresente nossos trabalhos e nossas produções artísticas. Vou participar dentro do eixo de conhecimento e vamos fazer uma formação dentro da roda cultural que acontecerá no Museu da República. Vamos lançar a pesquisa ,”Vozes e Escritos do Gueto: Trilhas e Trajetórias da Literatura Marginal no DF”, conta Ravena do Carmo que é poetisa, pesquisadora e pedagoga e participará da Roda Cultural na sexta (7), às 19h.

Outra convidada é a jornalista, produtora e cineasta negra Joyce Cursino, que entende essa edição do evento como necessária para mostrar a força, criatividade e a preparação das mulheres negras para a reconstrução do Brasil. Ela participará da conversa “Produtoras Negras – Quem cuida de quem produz?” na sexta (7) às 15h.

“Entendo essa oportunidade como um  momento de encontro e reencontro onde poderemos nos ver umas as outras. Isso tem uma força ancestral muito poderosa, pois nos mostra para onde estamos caminhando, relembra nossos propósitos, trajetória e missão. Falar de produção para mim é falar de cuidado, acolhimento, materialização do sonho”, diz Joyce.

Na edição de 2022, ano em que completou 15 anos, o Festival teve como tema Mulheres Negras – todas as alternativas passam por nós e homenageou 50 mulheres negras, com diferentes trajetórias a fim de reconhecer a importância de seus fazeres na construção do país.

Abertura

A abertura desta edição contará com o bloco afro Afoxé Oxum Pá e Cintia Guajajara realizando uma benção ancestral e tem como tema o conceito de Bem Viver e a importância de construir o bem viver por meio da artística, ativismo e intelectualidade de mulheres negras e também com as mulheres indígenas.

A programação reúne painéis com nomes como as ministras Anielle Franco e Margareth Menezes, debates sobre a promoção do cuidado entre as mulheres negras, feiras e shows.

Os ingressos para as atividades poderão ser adquiridos gratuitamente. A programação completa está disponível pelo site do evento latinidades.

Programação 

Quinta-feira – 6 de julho

Local: Museu Nacional da República

Auditório I

13h30 | Abertura: Bênção Ancestral com apresentações artísticas de Afoxé Ogum Pá e Cintia Guajajara

14h | Painel: Bem Viver, políticas públicas e urgências sociais

Painelistas: Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial; Margareth Menezes – Ministra da Cultura; Marina Silva – Ministra do Meio Ambiente (a confirmar); Rita Cristina de Oliveira – Secretária Executiva do Ministério dos Direitos Humanos. Mediação de Carmela Zigone – Inesc

16h | Painel: Macroeconomia da igualdade

19h30 | Espetáculo Engasgadas – Grupo Zona Agbara (SP)

Espaço Universidade Afrolatinas | Anexo do Museu

Jornada Produção Cultural

10h às 12h | Produção Executiva de festivais com Michelle Cano, Festival Coma

14h às 16h | Produção de bandas/artistas com Ana GB

16h30 às 18h30 | Empresariamento artístico, com Ciça Pereira, Zeferina Produções

Espaço Bem Viver | Área externa do museu

14h às 19h | Feira de produtos e espaço lounge

Sexta-feira – 07 de julho 

Local: Museu Nacional da República

Auditório II

0h | Painel: Mulheres Negras em Defesa da Vida e da Floresta

14h | Painel: Feminismo Antiproibicionista Afrofuturista para o Bem Viver (atividade realizada em parceria com a Renfa)

15h30 | Vida Afrolatina: Investindo nas mulheres negras para acabar com a violência sexual

17h | Painel: Bem viver com equidade, representação e participação política

19h | Roda Cultural: as desigualdades do Distrito Federal e a construção do Mapa do Bem Viver por suas juventudes

Espaço Bem Viver | Área externa do museu

15h | Talk: Solidariedade transnacional para amplificar vozes de mulheres negras, com Stephanie Holguin – Fullbright, EUA

4:20 | Talk: Alimentação ancestral e sistema endocanabinóide – uma confluência para o bem estar, com Natalia Ferreira

Espaço Universidade Afrolatinas | Anexo do Museu

Jornada Produção Cultural

14h | Aula Magna: O algoritmo da imagem e a indústria cultural, com Bira

15h | Produtoras Negras – Quem cuida de quem produz?

17h | Vozes e escritos do gueto: Trilhas e trajetórias da Literatura Marginal no Distrito Federal

Sábado – 08 de julho 

Local: Museu Nacional da República

Espaço Literário | Anexo do museu

14h | Lançamentos literários

16h às 19h | Espaço literário Julho das Pretas que escrevem no DF

Espaço Bem Viver | Área externa do museu

16h | Talk: Sexo, prazer e bem viver, com Dandara Pagu

Auditório II

15h às 17h30 | Universidade Afrolatinas apresenta Oficina: “Saberes populares e acadêmicos de mulheres negras”, com Matilde Ribeiro

Shows | Área externa do museu

Necessário retirada de ingressos

19h | Dj Beatmilla (DF)

20h | Letícia Fialho (DF)

21h | Buika (Espanha)

22h30 | BellaDona (DF)

23h20 | DJ Aisha Mbikila (DF/SP)

00h30 | A Dama (BA)

01h40 | Flora Matos (DF/SP)

Domingo – 9 de julho

ILÊ ASÈ OYA BAGAN – Paranoá

15h | Gira de conversa: Bem Viver Ubuntu

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