Fórum da ONU em Genebra discute desenvolvimento econômico dos negros

Ministra Anielle Franco e mais figuras importantes do movimento negro brasileiro participam do 3º Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes

FONTEO Globo, por Mirian Leitão
Geledés promove evento “Estratégias para Empoderamento Econômico da População Negra”, em Genebra — Foto: Natalia Carneiro

No terceiro dia do 3º Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, promovido pela ONU, em Genebra, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância do fortalecimento da memória e da história da população negra como caminhos de desenvolvimento coletivo para justiça, igualdade e democracia.

A ministra participou de uma mesa com artistas negros brasileiros que estão com as obras expostas na sede das Nações Unidas. Segundo ela, desde a inauguração da exposição, recebeu uns 15 pedidos de mulheres negras por editais de arte para mulheres negras.

– Isso se deve ao fato de que a arte nos permite sonhar, e, muitas vezes me salvou, principalmente, após a morte da minha irmã, quando eu precisava me agarrar em algo. Da última vez que vim ao Fórum, vim denunciar a violência policial nas favelas, e hoje, estou numa exposição de artistas afrodescendentes, que a gente possa cada vez mais dar visibilidade aos artistas negros, que cada vez mais que nos enxerguem como seres humanos e que parem de tentar nos matar – disse a ministra.

Na mesa, Camila Valverde, COO e Diretora de Impacto da Rede Brasil, lembrou que a questão racial precisa ser prioridade em qualquer conversa ou setor.

– É imprescindível trazer as empresas para a luta antirracista e progredir na proteção aos direitos humanos das pessoas afrodescendentes.

Também ontem, o Geledés promoveu evento paralelo ao fórum, com o tema “Estratégias para Empoderamento Econômico da População Negra”. Em sua fala inicial, Sueli Carneiro, diretora e fundadora do instituto, defendeu novamente que a implementação do amplo “Programa de Desenvolvimento para reparação histórica para a população negra. Para isso, ela considera que é preciso uma reorientação geral das estratégias de desenvolvimento dos bancos públicos e bancos multilaterais, colocando o desenvolvimento econômico dos afrodescendentes como uma das suas principais prioridades.

– Requer ainda o estabelecimento de um número crescente de empresas lideradas por afrodescendentes, que nos permita aceder à economia formal, ao crédito e ao crescimento e empregar trabalhadores. E o estado brasileiro deve por fim comprometer-se a implementar e apoiar políticas corporativas baseadas nos princípios de diversidade e inclusão de gênero e raça.

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