Grécia: Apesar de protestos, governo intensifica racismo policial

Cartazes de extrema direita estão sendo pichados; uma nova onda de protestos contra o racismo deve tomar conta do país

A política de perseguição aos imigrantes, especialmente árabes e negros, foi intensificada nos últimos meses pelo governo grego.

Ela já havia sido denunciada em vários protestos como sendo uma política racista para uma “limpeza racial” disfarçada de controle de imigração.

Mesmo assim, o governo grego anunciou que “intensificará os controles legais aos imigrantes”, e como resultado dessa política houve um aumento exponencial dos ataques racistas no último período, que culminou no assassinato de um jovem iraquiano na entrada de uma mesquita clandestina em Atenas, no começo de agosto.

A Polícia informou que “estenderá a todas as cidades a micro-operação Xenios Zeus”, operação que foi responsável pela investigação de 8.700 imigrantes e a detenção de 1.810, só no centro de Atenas.

“Embora a Grécia tenha o direito de controlar a migração, não tem o direito de tratar as pessoas na rua como se fossem delinquentes só pela cor de sua pele”, afirmou um membro da oposição ao governo, do Acnur.

Yonus Mohamadi, presidente da comunidade dos Refugiados Afegãos na Grécia, disse que “não dá para saber números concretamente, porque as vítimas têm medo de denunciar à Polícia. Os poucos que denunciam as agressões são ameaçados pelos policiais, que muitas vezes sequer aceitam a denúncia”.

A maioria da imprensa divulga o fato sem levar em consideração as políticas de governo e a situação de crise econômica que o país vive.

A ofensiva militar, o racismo policial, sempre incentiva o aparecimento de grupos racistas no meio da sociedade. Os grupos neonazis percebem que o governo deu uma guinada à direita e buscam espaço dentro dessas políticas. Não se trata de racismo puro da polícia ou de setores mais conservadores, mas de uma política de Estado.

Por outro lado, oculta-se o fato de que a Grécia vive uma das crises mais graves de toda sua história, e em momentos deste tipo todas as contradições veem a tona e adquirem forças inimagináveis.

Pressionados, os governos burgueses atendem às demandas da direita e do imperialismo, o que incentiva o reaparecimento das formas mais brutal do racismo.

Neste sentido, todas as manifestações contra o imperialismo e contra o racismo também devem se multiplicar, da mesma forma que os casos de agressões racistas e os planos de “austeridade” estão aumentando.

 

 

Fonte: PCO

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