Hillary lamenta na África que EUA estejam fora do TPI

Fonte: Jornal Ìrohin

 

No Quênia, secretária de Estado apoia a Somália e faz alerta à Eritreia

NAIRÓBI. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse ontem que é “uma grande lástima” que os Estados Unidos não sejam signatários do Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, declaração que mostra apoio dos EUA às atividades do foro e uma possível aspiração para integrá-lo. O comentário foi feito durante uma visita ao Quênia, um dos países por que passará na África, em resposta a um estudante queniano que questionou como ela podia criticar seu governo pela demora no julgamento de envolvidos nos massacres ocorridos no país em 2008 – que podem ser julgados pelo TPI – se os EUA não são membros do tribunal.

– É uma grande lástima que não sejamos signatários – disse ela num evento na Prefeitura em Nairóbi.

Ameaça de ações contra a Eritreia Os Estados Unidos assinaram o tratado que criou o TPI quando o marido de Hillary, Bill Clinton, era presidente do país. Mas o Congresso americano nunca ratificou o documento e, no governo seguinte, o presidente George W. Bush rechaçou a ideia de que seu país se submetesse à sua jurisdição. O TPI é o primeiro tribunal mundial permanente de crimes de guerra e foi estabelecido em 2002 para julgar os acusados de genocídio e outras graves violações dos direitos humanos.

Desde sua criação, o TPI enfrenta críticas por centrar a investigação de crimes na África, como os conflitos de Uganda, da República Democrática do Congo e de Darfur.

– Acho que poderíamos ter trabalhado alguns dos desafios que se impõem em relação à nossa entrada. Mas isso ainda não aconteceu – afirmou.

Há uma divisão no governo Barack Obama sobre o assunto.

Hillary e alguns outros altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado são fortes defensores, enquanto outros pregam cautela, dizendo que o presidente não pode se apressar e deveria esperar para avaliar como o tribunal se desenvolve.

Integrantes do TPI defendem que a entrada dos EUA catapultaria o poder do tribunal, hoje com 110 membros. Rússia, China e Israel também estão entre os grandes ausentes.

O Quênia foi a primeira parada de um giro diplomático a sete países do continente.

Antes de deixar o país, Hillary se reuniu com o presidente da Somália, Sharif Ahmed, e reafirmou seu apoio ao governo dele, que enfrenta uma dura batalha com extremistas islâmicos. A secretária de Estado também prometeu atuar contra a Eritreia, acusada de apoiar rebeldes somalis, caso o país não mude sua postura.

 

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