Justiça Global denuncia à OEA chacina nas favelas da Maré e mortes envolvendo policiais em áreas de UPP

Foi entregue hoje, dia 28, um informe à Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitando que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) requisite informações ao Estado brasileiro sobre a chacina realizada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nas favelas da Maré nos dias 24 e 25 deste mês e os assassinatos envolvendo PMs em áreas empobrecidas com intervenção militar (UPPs).

O documento denuncia a atuação da polícia e as violações de direitos humanos cometidos nas favelas. É uma compilação de casos emblemáticos de mortes provocadas por agentes das UPPs e os recentes acontecimentos que tiveram lugar nas favelas da Maré que levaram à morte de 10 pessoas.

O policial militar que liderou a operação nas Favelas da Maré é o mesmo policial que esteve envolvido no caso Wallace de Almeida. O jovem Wallace, 18 anos, foi assassinado aproximadamente há 15 anos quando policias o balearam fatalmente durante uma incursão no Morro da Babilônia. Os episódios que vitimaram 10 pessoas nas Favelas da Maré ocorreram de modo semelhante. O caso foi levado à OEA, que considerou o Estado brasileiro responsável pela morte e recomendou ao Brasil que investigasse e reparasse a família do menino.

O fato de que o mesmo policial – que em 1998 era tenente da polícia militar e hoje ocupa o cargo de Major – esteja envolvido em ambas as intervenções é sintomático de uma política de Estado que não privilegia o respeito aos direitos humanos. Muito pelo contrário, premia estes agentes e os promove nas hierarquias da carreira policial.

A Justiça Global pede à CIDH que solicite ao Estado Brasileiro que preste esclarecimentos sobre as violações de direitos cometidas pela PM nas favelas.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) é um órgão autônomo e independente da Organização dos Estados Americanos (OEA).

 

Fonte: Global

-+=
Sair da versão mobile