LinkedIn recua e passa a permitir anúncios de vaga para minorias

Mudança ocorre após repercussão negativa de retirada de publicação do ar

FONTEPor Fernanda Brigatti e Daniela Arcanjo
Logo do LinkedIn em feira na Califórnia - Robert Galbraith - 6.fev.2013/Reuters

Após derrubar um anúncio que dava preferência a candidatos negros e indígenas, a rede social voltada para trabalho LinkedIn recuou e passou a aceitar divulgação de vagas para minorias.

Em nota, a plataforma agradece o retorno da comunidade brasileira e diz que atualizou a sua política global de anúncios para “permitir a divulgação de publicações que expressem preferência por profissionais de grupos historicamente desfavorecidos na contratação em países onde esta prática é considerada legal”.

A mudança ocorreu após o caso ser noticiado pela Folha, há duas semanas, e se tornar alvo de ação civil pública da Educafro, da Frente Nacional Antirracista e do Centro Santo Dias de Direitos Humanos, da Arquidiocese de São Paulo.

No documento, as entidades afirmam que a pretexto de evitar discriminação, a empresa consegue o efeito “exatamente inverso”: reforçar a discriminação histórica e tradicional de minorias no mercado de trabalho brasileiro.

As entidades afirmam ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) já julgou a constitucionalidade das ações afirmativas e sua compatibilidade com o princípio da igualdade.

A vaga derrubada que deu início à discussão foi aberta pelo Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo) e buscava contratar alguém para a coordenação do setor administrativo e financeiro. O anúncio dizia dar preferência a uma pessoa negra ou indígena.

Após tirar o anúncio do ar, o LinkedIn disse que suas políticas não permitiam vagas que excluíssem ou demonstrassem preferência por profissionais. A restrição valia, segundo a empresa, para quaisquer tipos de características, fossem elas idade, gênero, raça, etnia, religião ou orientação sexual.

Em 2020, um programa de trainees exclusivos para negros, do Magazine Luiza, também foi alvo de críticas.

Em setembro daquele ano, a Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil pública para cobrar R$ 10 milhões da empresa, sem sucesso.

Depois da rede de varejo, outras empresas lançaram programas de seleção similares, com reserva de vagas para candidatos negros ou seleções exclusivas. A Folha organiza, neste ano, a segunda edição para um treinamento destinado a profissionais negros. A primeira foi em 2021.

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