Lionel Richie diz que tocará por mais de duas horas no Rio

FONTEPor Carlos Albuquerque, do O Globo
(Foto: Reprodução/ Instagram @lionelrichie)

No o outro lado da linha, Lionel Richie, bem-humorado, atende à ligação do GLOBO, dando uma leve entonação em uma palavra que remete a um dos seus maiores sucessos e certamente vai fazer explodir, na linha “Qual é a música?”, a Arena Multiuso, onde ele se apresenta no próximo domingo, dia 29.

– Hello! – diz ele, brincando com a letra da balada homônima, um hit no distante ano de 1982 – Sou eu quem você está procurando?

A leveza de espírito é compreensível. Apesar de ser mais conhecido pela nova geração como o pai de Nicole Richie – que estrelou o reality bagaceiro “Simple life”, ao lado da amiga Paris Hilton – e de os tempos de bonança terem ficado para trás (seu mais recente disco, “Just go”, só tocou o 29° lugar na parada da “Billboard”, na época do seu lançamento, em 2009), Lionel Richie tem reservas de felicidade de sobra.

Ao longo de uma carreira de incríveis 42 anos, ele conquistou cinco Grammys, 18 American Music Awards, um Globo de Ouro e cinco People’s Choice Awards, além de ter seu nome na calçada da Fama, em Los Angeles. É dele também a coautoria do megahit beneficente “We are the world”, que reuniu 45 artistas (entre eles, Michael Jackson, o outro letrista) para combater a fome na África, em 1985.

– “We are the world” foi importante para lembrar às pessoas que elas podem mudar o mundo. Não é ingenuidade acreditar nisso – garante ele, que fez uma nova versão para a música este ano, para as vítimas do terremoto no Haiti.

Fazendo as contas, Lionel tem US$ 200 milhões e razões para rir de tudo, até da sugestão de que poderia muito bem ficar na sua mansão de 30 quartos em Beverly Hills, relaxando na piscina, em vez de encarar a rotina de aviões e hotéis aos 61 anos.

– Se eu fizesse isso, ia me tornar o cara mais entediado do mundo. Adoro viajar, adoro estar em turnê e fazer contato com as pessoas. Até porque, em casa, corro o risco de ver minha filha Sofia, de 11 anos, me acordar, como fez outro dia, perguntando se eu sou mesmo o pai daquela Nicole da televisão – rebate.

A pequena Sofia em breve vai “realizar” que não apenas ela é irmã de Nicole Richie, mas que seu pai tem mais hits do que Paris Hilton tem escândalos. Extraídos do tempo com o seu ex-grupo, os Commodores, ou de sua carreira solo, Lionel Richie é capaz de causar um engarrafamento de sucessos em qualquer karaokê: “Brick house”, “Easy”, “Three times a lady”, “Still”, “Endless love”, “Truly”, “Say you, say me”, “Hello”, “Running with the night” e “All night long (All night)”.

– “All night long” era para ter um toque brasileiro, mas já me disseram que não ficou muito parecido com samba – conta ele, sobre a percussão e os cantos afro que encerram a música, aproveitando para fazer a tradicional média. – Sou louco pelo Brasil. Há 15 anos peço para me levarem ao Brasil, mas acabo sempre parando na Rússia.

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Apesar de, literalmente, viver do passado, Lionel Richie é sensato ao encarar os novos tempos de frente:

– Os discos não vendem mais como antigamente, mas nem por isso vou processar alguém que baixa uma música minha ilegalmente. É por isso que ainda sou conhecido e viajo o mundo tocando.

Sobre o show, Richie garante estar pronto para uma performance aeróbica.

– Vão ter que me tirar do palco. Como é minha primeira vez no Brasil, devo tocar por, pelo menos, duas horas e meia – diz ele, que sonha também com o pós-show, fazendo outra brincadeira com sua música. – Estou solteiro. Quero me divertir a noite inteira.

 

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