Literatura: “Não tem havido circulação de bens culturais” no espaço da língua portuguesa — escritora Odete Semedo

 

Lisboa, 14 jul (Lusa) — Não se pode falar de África nem de africanos e, portanto, também não faz sentido uma “literatura da lusofonia”, defende a escritora guineense Odete Semedo, lamentando a falta de “circulação de bens culturais” no espaço do português.

Presente no colóquio internacional “Percursos, trilhos e margens: receção e crítica das Literaturas Africanas em Língua Portuguesa”, que decorre no pólo de Lisboa do Centro de Estudos Sociais (CES), hoje e sexta-feira, Odete Semedo disse à Lusa que “não se pode arrumar tudo numa gaveta e dizer ‘isto é a literatura da lusofonia'”, porque “cada país é um país”, com “várias facetas” e “a sua memória coletiva”.

A “força” de partilhar uma língua “não está na fusão das literaturas, mas na circulação das obras dos autores que escrevem em português e na “coordenação de ações”, contrapõe. E nisso têm falhado editoras e instituições governamentais, afirma, explicando que os autores divulgam os seus trabalhos entre si, nos encontros que mantêm.

Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

 

Fonte: DN

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