Mais parecidos do que diferentes – Por: Fernanda Pompeu

Quem disse que temos mais histórias em comum do que diferentes foi uma mulher de oitenta e cinco anos, Maya Angelou. Ela é uma escritora americana que vive dos livros que vende. Se define como uma contadora de histórias com temas universais.

Mas afinal quais são os temais universais? Essa é fácil. O amor, a rejeição, a paixão, a despaixão, o remorso, o sonho, a culpa, a esperança, a morte. Sentimentos que ora nos empurram para frente, ora nos mandam para trás. Experiências que se inscrevem na pele da alma de cada um e de todos nós.

Qual o desejo comum da humanidade? A felicidade. Como uma bola em jogo de futebol, é atrás dela que corremos. Por ela, sofremos e fazemos faltas, driblamos adversários, damos passes precisos. E volta e meia fazemos gols. Ou levamos.

Qual o denominador comum da humanidade? A consciência da morte. Desde os quatro ou cinco anos, nos sabemos finitos. Tal consciência determina como aproveitaremos o tempo, a amizade, o trabalho, o lazer, a cultura e nosso eu interior.

Felicidade e morte são imensos guarda-chuvas abertos sobre o que fazemos, deixamos de fazer, pensamos, deixamos de pensar. Corremos atrás da primeira e tentamos nos afastar da segunda. É um jogo que praticamos vinte horas por dia, na vigília e no sono.

Jogo que põe no mesmo time o banqueiro e o pé-rapado, a angolana e a sueca, o escritor e o leitor, eu e você. Querer ser feliz e se saber mortal relativiza as diferenças. Também convida ao diálogo e à negociação. Estamos no mesmo barco.

É por aí que caminha a prosa e a poesia de Maya Angelou. Mulher negra que, antes de pegar a pena e o papel, foi cozinheira, garçonete, atriz, militante pelos direitos civis nos Estados Unidos. Aquela que disse em entrevista a Harvard Business Review: “Se há um ser humano por perto, estou em casa.”

Ela passou a vida conhecendo pessoas. Aprendeu a enxergar além do primeiro olhar, livrar-se das aparências tão enganadoras. Angelou sabe que, muitas vezes, as coisas não são o que afirmam ser. E que somos muito mais parecidos do que imaginamos.

 

Fonte: Yahoo

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