Mostra Rumos 2017-2018 apresenta documentário e lança livro sobre musicalidade do candomblé baiano a partir do acervo de Lorenzo Turner

Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a Mãe Menininha do Gantois (1894-1986), ao centro, com o xale xadrez, cercada por suas filhas de santo. A foto é no terreiro de Gantois, em Salvador, local que foi transformado em estúdio de gravação por Turner. Foto: Lorenzo Turner / Anacostia Community Museum/Smithsonian Institution

Memórias Afro-Atlânticas: as gravações de Lorenzo Turner na Bahia, de Xavier Vatin  e Cassio Nobre, dá continuidade à proposta de repatriação para o Brasil e divulgação  dos acervos sonoros inéditos de pesquisas sobre a diversidade no candomblé da Bahia, realizadas entre 1940-1941

Enviado para o Portal Geledés 

 

Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a Mãe Menininha do Gantois (1894-1986), ao centro, com o xale xadrez, cercada por suas filhas de santo. A foto é no terreiro de Gantois, em Salvador, local que foi transformado em estúdio de gravação por Turner. Foto: Lorenzo Turner / Anacostia Community Museum/Smithsonian Institution

O documentário Memórias Afro-Atlânticas: as gravações de Lorenzo Turner na Bahia, com pesquisa e curadoria de Xavier Vatin e coordenação e produção musical de Cassio Nobre, tem pré-estreia no dia 9 de outubro, dentro de O Tempo das Coisas – Mostra Rumos 2017-2018. Ele faz parte do projeto de mesmo nome, selecionado por este edital, composto, ainda, de um livro-catálogo e quatro pen-cards com músicas, que serão lançados no mesmo dia.  O conjunto, dá continuidade à proposta de repatriação para o Brasil e divulgação dos acervos sonoros inéditos de pesquisas sobre a musicalidade e diversidade no candomblé da Bahia, realizadas entre 1940-1941 pelo linguista norte-americano Lorenzo Turner.  Vatin, Nobre, a diretora do filme, Gabriela Barreto, e Clarissa Ribeiro, que assina a direção de arte e é assistente de direção, falarão sobre todo o trabalho. 

 

Esta é a segunda edição do projeto, que vem priorizando o acesso e a restituição destes ricos acervos históricos para seus legítimos donos e herdeiros: os membros das comunidades de candomblé na Bahia e no Brasil e suas futuras gerações. Nela, o público conhece as intensas pesquisas realizadas por Turner em um período de sete meses em Salvador e no Recôncavo Baiano na década de 1940. Ele gravou, registrou e fotografou os mais eminentes sacerdotes e sacerdotisas dos candomblés da época, dentre os quais o babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim, o babalorixá Manoel Falefá, o sacerdote Joãozinho da Goméia e a ialorixá Mãe Menininha do Gantois. Nos registros, encontram-se diversas nações de candomblé: Ketu, Nagô, Angola, Congo, Ijexá, Jêje, Jêje-Mahi, Jêje-Daomé, Caboclo.

 

O objetivo do linguista era comprovar a preservação de um fundo linguístico oeste-africano em locais e comunidades peculiares da diáspora africana nas Américas. Hoje, seus estudos representam um dos mais importantes legados sobre a resistência das culturas de matrizes africanas no Brasil. As gravações originais realizadas por Lorenzo Turner na Bahia – em mais de 100 discos de alumínio representando um total de 17 horas de áudio – foram cedidas pelo Archives of Traditional Music da Indiana University, em Bloomington, nos Estados Unidos.

 

Sobre o Rumos Itaú Cultural

Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior.  Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.

 

Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 7 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.

 

Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país.

 

Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros.

 

SERVIÇO:

O Tempo das Coisas – Mostra Rumos 2017-2018

 

Memórias Afro-Atlânticas: as gravações de Lorenzo Turner na Bahia

Dia 9 de outubro, às 20h

Classificação indicativa: livre

Sala Itaú Cultural

Duração: 100 minutos

Sala Itaú Cultural (224 lugares)

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: 1 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)

Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)

 

Clique aqui para saber mais sobre a distribuição de ingressos.

-+=
Sair da versão mobile