Negrita Mc relata casos de racismo e diz, “tô sentido falta de ideologia no Rap”

O Racismo no Brasil tem sido um problema desde a era escravocrata e, nos dias de hoje, por mais velada que tente ser, ainda existe de uma forma bem escancarada. O racismo e a desigualdade de gênero produzem a falta de acesso ou o acesso de menor qualidade de serviços e direitos para a população negra, sobretudo para as mulheres. Mas, além disso, representa também a perpetuação de uma condição de desigualdade na sociedade.

Por  Becca Vilaça, do RND

Nessa quarta edição do Rima Dela, trocamos uma ideia com Débora Leão (19 anos), uma mina que manda muito nas rimas e não tem papas na língua. Nascida em Recife e moradora de Carpina, Zona da Mata de Pernambuco, a Mc ganhou o apelido de seus amigos com o significado de: ‘‘Negra que grita” e desde então, Negrita, tem dado voz a sua realidade através do Rap. Desde o inicio não foi fácil, por ser mulher, por ser negra, por sofrer preconceito.

Ser mulher dentro da cultura Hip Hop é motivo de orgulho, respeito, força de vontade e a mais importante delas, resistência. É resistir, mostrar a cara, mostrar tuas ideias, falar o que sente, ”Não adianta tu ser uma mulher dentro da cultura Hip Hop se tu não empoderar” diz Negrita. 

O empoderamento das mulheres, traz uma nova concepção de poder, assumindo formas democráticas e construindo novos mecanismos de responsabilidades coletivas.

O Rima Dela é uma projeto realizado pelo coletivo feminino Soul Di Rua (Pernambuco), e tem a ideia de expor a liberdade e a realidade das mulheres através do Rap. Mostrar o espaço conquistado diariamente dentro da cultura Hip Hop, fazendo com que suas ideias, sua voz e suas vivências sejam transmitidas de uma forma livre.

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